terça-feira, 20 de março de 2012
LAVAR DE TAPETE
Eu chorei por você. Tomei guaraná também. Não foi nada. Foi
um bater de asas na verdade. O choro é antes desse sentimento condenado pelos
livros de autoajuda, os quais não leio, um processo de catarse profunda, de banho, de limpeza de carpete,
de tapete que você pisou, que você esteve. Você com toda sua sujeira desgraçada.
Não me importaria de me sujar contigo, o fiz várias vezes,
mas sempre com esse véu que tu usavas. Ridículo. Escuro e etéreo. Como os
cachorros bonitinhos que um dia mordem os seus donos. Você me deixou uma tremenda
marca de mordida. Amor.
Eu estou aqui. Sentando. Escrevi até um poema estilo
Gertrude Stein o que, acredito, você nunca olhará. Embora esteja em meu blog.
Você foi só um errinho romântico. Arquetípico meu. Eu queria me apaixonar e me
apaixonei. Eu e todo o mundo. O mundo que faz e fez bombas atômicas e mata por amor. Eu
mataria por amor. Já me matei algumas vezes. E me pus por algum instinto que
desconheço no caminho da luz, a qual me fez renascer. Estou aqui. Vivo e
escrevendo essas cartas quase vermelhas. Se houvesse as tintas certas.
Eu te amo, na verdade, e na mentira. Mas não quero outra vez
dormir do teu lado. Quero a distância, o esquecimento, de você e de tudo isso. Quero. amor
meu, é ser feliz: Coisa impossível ao seu lado. E para alguns um querer de
bases antagônicas, polares. Nem sempre o amor trás a felicidade. Não. Não tenho essa vontade
suicida de senhoras, do interior, de ficar ao lado do marido infiel, não seria
uma versão Simone de Beauvoir masculinizada, deixando você se apaixonar tantas
vezes por cretinos mais jovens, aos quais sempre haverá da sua parte mensagens
como “do meu coração para o seu”. Eu quero-mais-não.
Vai tomar no cu.
Pronto.
Lavei meu tapete.
Lavei meu tapete.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Tecnologia do Blogger.
0 Opinião (ões):
Postar um comentário