domingo, 25 de outubro de 2009

CANÇÃO PARA UM ASSOBIO SOLITÁRIO ou O GAROTO QUE AQUI LHE ESCREVE

O garoto, que agora tem 20 anos e alguns meses de vida, tem insônia. Preocupa-se com o mundo, com a fome nas pessoas: ora pobre, sem oportunidades; ora ricas, vítimas de uma sociedade abusiva de moda magra e regimes messiânicos. O garoto inspira profundamente e expira com força e ligeiro quando vê um animal sofrendo de maus tratos ou de descaso. Às vezes pensa nos irmãos distantes, nos pais, sobretudo a mãe, nos amigos, e nos inimigo, estes que o faz sentir ódio, e muito além pena, reconhecendo o papel de todo mundo como vítimas da sociedade, quando levadas na correnteza, e mais ainda de vítimas de si mesma quando aceitam tudo somente (sem nadar para salvar-se, permanecem-se estáticos), sem opiniões contrárias e se deixam dominar, fora isso ama os rebeldes, protagonista de suas próprias histórias. Ele não joga lixo na rua. Fala palavrão, e não tem vergonha disto, porque ama o próximo e espera ser compreendido como um meio de expressão – nem sempre isso acontece, e ele sabe muito bem disso. Ama a poesia e admira a prosa, quando tocante (energia forte que transpassa a matéria para a alma). Reconhece: Deus; os santos; os orixás; a Virgem, mas não aceita a verdade pronta, isto é industrializada, vendidas nas igrejas, com preço fixo para unitário, ou com descontos quando em atacado. Olhando ele aprende sozinho. O garoto sabe que não sabe de quase nada, e isso, só por isso, o faz saber de quase tudo. Siga em frente rapazinho, por maior que seja a fome jamais aceite doces de estranhos.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009

PRECE Nº 2


Senhor das partículas, construtor de átomos,
Elétrons, nêutrons e prótons.
Da tão solene e magnífica constelação solar da via Láctica, do universo,
infinito e além,
Daí me força e eletricidade,
para transformar minhas quimeras e utopias
em matéria palpável.
Que sonhos íntimos, não sejam mais íntimos.
Que a fome de cultura e de arte, seja eternamente saciável.
Que a morte da menina pelo pai,
seja a ultima noticiada em jornal, TV, radio, e internet.
Que a celulose constituinte no papel que cessará todas as guerras do mundo,
seja logo produzido.

Que o revólver apontado para a liberdade,
Enferruje logo.
Que a internet, conecte nações coloridas, e não somente bicolores.
Que Maria se separasse de João e assuma sua verdadeira sexualidade.
Que a pilha dos aparelhos de surdez nunca acabe perante uma boa música.
Que o amor seja imortal enquanto durar,
Mesmo que ainda, seja necessário o uso de pílulas azuis.

Que o dia dure 48h, e a noite 72.
Que o mar produza açúcar, também, para então, poder ser perfeito.
Que no pesar da idade, a morte chegue logo e a vida também.
Que Jesus Cristo, saia de todos os crucifixos
e seja vendido separadamente. Para ser, posteriormente, idolatrado.
Que o espraie de pimenta seja usado apenas na sopa ou no sanduíche.
Que o respeito pelos outros seja lei imprescindível,
especialmente que os outros sejam da mesma família.

E que a terra, engula os grandes responsáveis pela sua destruição.

Amém.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

ROTINA LOUCA

“Quem quer o impossível, tem no mínimo muita coisa.”


De manhã a luz que entrar gritando ensurdece meus olhos, e me acorda. Moro num lugar qualquer no mundo, aonde os primeiros raios solares chegam, diferente dos outros lugares, por volta das 5h e pouco do relógio do meu celular. Nesses instantes que, (acredito ser o melhor momento de dormir, pois tudo permanece em silêncio) meu sonho é violentamente interrompido, jogando-me num mundo sujo e dolorido (viver dói, como dói amar, ser feliz e ficar triste, odiar ou ser odiado, etc...) sempre me levanto pensando e tentando recordar de todos os detalhes do sonho, que fez sorrir mesmo sendo desta forma acordado. Perco sempre quase toda a manhã. Depois de me arrumar com a presa dos solteiros, abro a porta saiu e entro no mundo.

O mundo é grande, constatou Drummond, o poeta que se encabulou com a pedra que tava no meio do caminho dele, o que ficou lá olhando pra ela, estático, de vez de tirá-la do caminho ou a contorná-la. Nossa geração pós Madonna, deixa bem claro a mensagem coringa: Ande meu filho, se tiver uma pedra pequena chute! Se for média, empurre-a! Mas se for muito grande, escale-a como todo o charme e esportividade, e quando estiver lá em cima tire umas fotos pra por no seu Orkut! Geração esta, que se vier uma cobra e tiver com um pau na mão, chama uma galera, faz-se uma bandeira com o pau, dizendo salve a fauna, e acaba virando notícia no jornal nacional, - “JOVENS PROTESTAM PELA DEVASTAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA.”.

Saio de casa torcendo pra chegar à faculdade (cidade violenta), e passo a aula inteira rezando para a aula acabar logo. Brincadeira... adoro assistir aula; mas de manhã me dá um sono. Minha vocação boêmia acaba comigo. Adoro olhar para os detalhes, passo o intervalo das aulas (em momentos de solidão) capturando todos os pequenos acontecimentos, pode até parecer loucura, mas tem tanta coisa linda, que não valorizam, como, as formas quase que perfeita das salas de aula em relação aos azulejos e as outras salas, quadrados, retângulos, triangulações por toda parte,... ou até mesmos as cores vivas das árvores, que sujem depois do muro branco, aumentando o contraste, do branco das paredes, com natureza que brota da terra com a cor do céu. Acabo delimitando meu mundo particular, meu só porque foi desprezado pelos demais observadores.

De volta, em casa, depois de tudo que tinha que fazer e fiz (ou que agendei pra mais tarde), desabo na minha cama. Dando-me uma hora e meia de ócio sagrado, quase um culto a Orfeu ou Dionísio (Porque costumo sonhar nesses momentos, sonhos terríveis para maiores de 21 anos).

Depois das 17h e pouco: Refeita a rotina, pois faço duas faculdades. Já em casa olho meu Orkut, reviso algumas coisas importantes vejo alguma besteira na TV, para descontrair o cérebro, falo alguma coisa a Deus (como fala minha mãe ou minha avó), coisas do tipo: hoje foi difícil, ou me dá paciência Pai, ou mesmo me afasta daquela nojenta que se acha mais que a Rainha de Sabá, ou me protege oh! Deus, me livra de todos os maus; e adormeço.

Duas faculdades são peso, tudo dois: duas vezes amigos, duas vezes ónibus, duas vezes provas e trabalhos, duas vezes pessoas que eu acabo odiando, e duas vezes orgulho de mim mesmo, por terminar as unidades das universidades com notas acima de 7. Como todo mundo que quer sempre mais, para quem não se contenta com pouco, tem que, no mínimo ficar em pé (sentado só às vezes no ônibus indo de um canto pra outro).
domingo, 18 de outubro de 2009

NADA COMO UM NOVO AMOR ANTIGO

“Proibiram que eu te amasse
Proibiram que eu te visse
Proibiram que eu saísse” ( E daí?; Gal Costa)



Final de setembro, o dia é por demasia irrelevante. O desespero romântico de dígitos discados num celular antigo, para um amor já superado, me fez responder sim a um sim ou não, e perguntar se sim ou se não. Amor superado,... Foi esse o termo que usei para dar justificativas a amigos que se importam comigo, mas será esse mesmo o termo coerente com a realidade; um amor pode deixar de ser amor?


O Sol voltou, mas voltou para quem adorava a noite boêmia, fria e desconhecida, e que tinha trocado o dia pela a noite. O Sol aquece e conforta, e também faz sorrir. O Sol é um par de bochechas que eu adoro morder, beijar e ter por perto, só pra mim, com todo o ciúme e egoísmo possível. A Terra pode viver em harmonia com todos os planetas, dividindo a luz que recebe do Sol, só não pode aceitar marcianos ou jupterianos tentando dominar todo o sistema solar. Não queridinhos, o Sol é para todos, não queiram dominar tudo e se sobressair por toda uma sabedoria divina de milênios e milênios em formação, cada um tem sua hora de Sol, e a quantidade de luas que merecem. Eu só tenho uma, minha mãe.


Adjetivos carinhosos enchem meus ouvidos ao falar no celular, depois de um breve ataque de ciúmes, e um falso desdém ridículo de minha parte, confesso: - friamente pensado. Tornam o meu dia ou a minha noite mais confortável. Um você não vai esclamado, ou um não quero você andando sozinho dito como sem jeito, me faz, antagonicamente, em relação a outrem, respirar profundamente e sorrir, mesmo que escondido. O amor me causa este estado de conforto ridículo.


O amor está nas pequenas coisas, e isso não é apensas uma máxima que não sai da minha cabeça, cuja nem lembro onde escutei ou de quem é? Para mim, mais que tudo, minha maior prova de amor foi um cordão posto no meu pen drive, desse que o faz servir de suporte para o pescoço, aonde depois de sucessivas quedas foi amarrado com força junto de uma espécie de cordão pequeno, para não cair mais, aniquilando assim, de vez, com sua estética apresentável (Meu amor não se importa com aparências, por mais que, apontando, acusem: é feio, é feio; Não pode! Eu uso e uso, incondicionalmente).


... Se for fazer Sol ou não pelos meus dias; Se o aquecimento global faz mal para minha pele; Se alienígenas atacaram de novo a Terra e conseguirem roubar-me o Sol, para sempre. Não sei, não sei, e não quero saber. Só sei que estamos em pleno verão.


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