sábado, 27 de dezembro de 2014

EXPLODIRAM O AMOR, DE NOVO

O amor explodiu!
Sim, sim!!
Usaram dinamite
E não diamantes.
Hoje em dia é tudo mais moderno.
Levaram os destroços do amor em dois caminhões
Que seguiram em direções opostas
Um foi para fábrica de bijuterias tipo exotéricas
-Que belos assessórios o amor bem trabalhado resulta
O outro
Será todo comercializado com renda revertida
Para uma instituição de crianças órfãs
- Ação linda nos jornais, quanta caridade superfaturada
Agora é esquecer tudo isso e tocar o barco pra frente
Sem jóias, sem mentiras
E lembra num tom de resmungo
O que foi do doce e dolorido
Processo de amar.
Mas olha,

O amor deixou fotografias num HD.
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

UM LADO

Teu sorriso revela que quero viver
E vivo querendo teu sorriso
E sei mais
As horas acontecendo perto de você
A constante descoberta do teu nome
Os sotaques  que invento no telefone
Para não deixar as ligações enfadonhas
E sei além
Os minutos de pensamento
Tua imagem na minha cabeça
Te vejo na televisão
E te sonho
Você existe?
Será um personagem?
Mas qual ator capaz de interpretar tamanha beleza?
Se ele não vive?
Se vive
Eu te acompanho
Você vem comigo
Que aconteça sempre nosso encontro
E se durar
Será ótimo
Amém 
terça-feira, 18 de novembro de 2014

RM-5

Difícil explicar os contornos e os ligamentos
Energias se gastam
Explodindo etéreas no ar
Ou em ações
É um carnaval particular,
Se pensa
Ou se vive?

Não pode viver
Alertei três vezes ao meu favor
Ainda estou treinando passos
E composturas
Sei que posso ser um acrobata
Cair não dói, lembra?
Dói o chão
A derrota
O silêncio do olhar
O roxo eterno do momento

Cheguei errado a ti
Mas se não o mundo
Não aconteceria também
Respeito a ordem do tempo
E deito na sua cama
E como todos os segundo de ti

Fechado acordo
Será que sobreviveremos?
Essa água que brota estará limpa?
O que fazer, se não beber
E esperar
Vamos?
O ingresso segue em anexo
Um beijo também
Outra vida, outro tom

Ariscaremos!
quinta-feira, 30 de outubro de 2014

no imperativo

Entra ditadura, sai máfia comportamental e eu sobrevivo. 
Às vezes sou eu o Imperador, outras escapo por um triz. 
Evolução sempre, pra frente é o meu movimento, 
mas lá dentro, guardadinho, ainda mora um anjo. 
Não tentem me corrigir, poema tem licença para acontecer.
segunda-feira, 20 de outubro de 2014

para um amor qualquer

todos os homens são iguais
pode crer
mas não se demore
meu castelo pode te dar abrigo e proteção
qual não se encontra por ai

tenho as ferramentas necessárias
mesmo eu,
menino/homem
tremido/terremoto
tímido/atrevido
que, sossego quando necessário
que olho pra dentro
que te acalmo
que te dou suporte e subsídio
que te levanto
e visito teus reinos
na manutenção essencial dos teus cantos

toco onde grita em você
onde te coloca em praça
em xeque (e gostas)
onde é mais que preciso
para você se libertar
não é prisão
e somente tesão
é pra lá de almas passadas que se conhecem
é além de amor
mas me fecho e te guardo
em delírio tentando te proteger
tu que andas louco
perturbado de liberdade
e confuso

estou nu
é claro
é nítido
meu alfabeto

posso morrer
e você também
então me veja
me olhe
quero ser visto por você


as flores ainda não morreram 
quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ADIVINHAÇÃO DO AMOR

A gente sozinho num dia qualquer
Onde entendemos a grandeza e cotidianidade
De um único dia

Era pra ser assim, desenhamos em todo momento
Toda beleza da união e carinhos diversos

Os cheiros
O toque particular
Respiração participativa
E tudo

E tudo
Gostos e preferência única
Embora ameaças
-quem pode destruir algo tão grandioso

Não tem fim
E se tiver
Será imortal no seu tempo
Será lindo demais para emoções temporais

Uma pena:
Somos ignorantes
ou estamos solteiros demais

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Defesa da noite

Eu amo a madrugada. Sempre gostei desse tempo onde tem silêncio comprido e a música fica mais bonita (como se tivesse encorpada de cheiro e cor). E gosto de quem gosta da noite. Gosto de olhar pro céu, de imaginar discos voadores, ou de como os Santos nos vêem, se afastam algumas nuvem ou se usam de tecnologia mística. Se chove a noite, me permito pensar “por que Deus está lavando o céu à essa hora? Deve estar muito sujo.”. Gosto, sobretudo, da contra-mão noturna, da possibilidade de estar em sonhos e ali (ou aqui). Admiro mais ainda escritores noturnos, vendedores noturnos, médicos noturnos e todos aqueles que acontecem no silêncio das coisas, da cidade. Eu penso isso tudo desde criança, e até hoje eu sustento essas minhas teorias. Porque só a noite, no seu embalo sono-sonoro, permite essa licença, quase poética, se não fosse a violência ditatorial dos despertadores. Um dia, ou uma noite a gente muda isso e faz o que quer quando quiser, toda e qualquer pessoa.
domingo, 20 de julho de 2014

ABORTO

Você acontece remotamente enquanto as coisas acontecem sem entender o sentido. Há sobretudo um sentimento natural, e esse é o pior, faz remexer e confundir todos os órgãos internos, por entre os ombros e o abdômen. Já tive isso antes, eu sei. Mas vacina não ajudaria? Não, ajuda não. O amor nesse caso é sem dúvida o crime perfeito. E se ele não acontece de forma esperada, é maior auto-sabotagem que se possa esperar no âmbito da crueldade. Eu quero e não posso ter, e eu mesmo digo isso, me limito, me guardo e me mato. Você samba em cima da minha cama, e os passos destroem sonhos, futuros, mas alimenta minha poesia. Você não é a minha mãe.
terça-feira, 1 de julho de 2014

DEMAIS

Parece que um novelo de uma lã me cobre o corpo agora
uma lã azul e grossa
desenhando, em sequência têxtil uma roupa
que cobre meu corpo inteiro
e sobra ainda
você está tão bem
é como tivesse esquecido tudo
ou não se importasse com nada

sei que a resposta é cruel demais
e por isso a mentira
e por isso a fuga
e logo eu que sou filho de São Jorge
que sempre batalhei por tudo

mas tudo bem
você precisa continuar
e eu começar tudo

e tudo é muito cruel
porque caminhamos em lados opostos
e sei quando nos veremos de novo
estaremos velhos
e não pela idade
de uma velhice de nós mesmo

a qual não nos reconheceremos
sexta-feira, 27 de junho de 2014

HUMANO DEMAIS


o que é a morte?
Se não um chamado de partida
Uma doce e terna despedida
onde a valsa termina
onde a noite não finda
que a esperança não brinca
que a luz não ilumina
que vida fica inexoravelmente
insuportável
e no pensamento humano
somente pelo medo da vida
a morte continua
bastaria uma ensinamento indígena
ou um delírio precioso

“nada tem fim, as coisas só se transformam” 
quinta-feira, 26 de junho de 2014

SERÁ EU JOÃO?

Olá pessoa que entende silenciosamente
Não te conheço
Será?

Não foi a tua voz que me lembrou de outro rio
Ou outro Janeiro
Sei lá?
É bom gostar de você
E mesmo que seja ilusão
E que seja

Mas eu quero te ver de perto
Te tocar
Pegar nos teus cabelos
E entender o cheiro deles
E te olhando carinhosamente
Desbravar tua tecnologia verbal
E tua geografia

Quero nem esquecer os outros amores
Quero ser outros amores contigo
Várias vezes em outras certezas


Vamos nos conhecer]
terça-feira, 24 de junho de 2014

UMA GRAÇA

As Coisas aconteceram
Ela tem menos de 300 dólares na bolsa
E um cartão de crédito roubado
O que fazer com um sonho na mochila
Que morre lentamente
E cheira mal
Parece apodrecer
Ou está evoluindo?
Não se sabe

É que ela tem um coração partido também
E esse tadindo
É objeto de arte
Pouco se sabe dele, mas é tão lindo
Eu poderia colocá-lo num aquário
Valeria milhões
Valeria à pena
Uma dor é linda
A dor dela é incrivelmente linda
Nesse tom frio e cintilante
Mas é segredo

E se ela chegar?
E se ela conseguir?
E se ela decolar, de novo
E de novo, e de novo, e de novo?

Ela não pode cumprir ainda
Porque se não ela acabaria
Ela morria com drogas
Ela morria com uma bela tatuagem
Alguma coisa linda sobre o amor
Ela morreria

E seria lindo demais
sábado, 21 de junho de 2014

OUVE-SE POR AÍ

Uma canção tocando sozinha
Ainda faz as coisas vibrarem
E isso basta
Todo música vale a pena
Os surdos escutam com os olhos,
ou com as mãos

Quem não ouve
Quem não quer ouvir
Está morto um pouquinho de si no universo

É uma onda
Que leva tudo na natureza,

Silêncio para entender
Tá vendo só meu amor
Esse futuro presente que você plantou
Não era o que você queria?

Sei que a culpa nessas horas
Ficaria comigo, mas não
Aqui ninguém é culpado

De ruim nessa distância toda
São só as primaveras de apartamento
E todos os invernos solitários

Eu, canto baixinho na cama
E a dor passa
Você não sente, não ouve
É tudo muito cruel pra mim
Mas esquecer seria bem pior
Eu sei

O mar é tão lindo
São só dois passinhos
E o sal pode limpar tudo de ruim
É só tentar

Pra terminar
Uma letra
Um voto
Um sentimento
Os olhos no vazio vendo o que não é aparente
Que está no ar
E o ar
Está em tudo

[boa sorte, desejo o avesso disso tudo.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

AMOR MEDEIA

Quem pode entender o ciúme de Medeia?
Se ela antes só era amor
E se amor chegasse a doença do ciúme
A luz das crianças não teria saídos dos olhos
Quero chorar porque eu sei de tudo
Quero chorar porque escapei
Mas não posso
A vida me pede um desenho animado e coloco
Depois riu um pouco
Então entendo tudo de novo
E nova verdade me faz perceber que tudo
Era mentira
E eu escapei
Fico grato, sozinho

Com minhas crianças.
sexta-feira, 6 de junho de 2014

GERTRUDE STEIN

Dormi de meias dormi de meias novas meias novas de meias dormi novo dormi de novo e de novo dormi. Eu não dormi com a Gertrude Stein.
quinta-feira, 5 de junho de 2014

NA IDADE DA IDADE


Na idade que mal não era mal 
e só era um nome qualquer
Existíamos
Éramos eu e você
Entre sorrisos e felicidades
Árvores e água fresca 
Mas era tudo um pé no saco
E hoje podemos sair a noite

-graças a Deus.

RECEITA PARA POUCO AMOR

Invista um pouco de medo
Saia de casa e faça alguma coisa
Com outra pessoa
Use seu figurino predileto
Aquele que você fica melhor
E melhor se movimenta
É importante andar naturalmente
Como se estivesse pelado
E se a outra pessoa te fizer feliz
Fique um pouco mais
E depois vá embora
Por fim, beba um copo d’água
E fique pelado na sua cama

Pronto. 
(repita os procedimentos caso os sintomas persistam) 

SEM CULPAS

O que os céus têm a ver com isso?
Se é pra inventar, deixa que coloco a cor
O passado num copo passa bem mais rápido
Só não adianta esquecer tudo

Pra que incendiar as torres mais altas
Se dela vemos o por do sol
às vezes eu choro e às vezes não
E não quero pensar nisso agora
É tempo de mudança

Mas podemos ser azuis
Ou como é mesmo? Amarelo-limão
Os planos de amar
Ou do mar, os ventos ditam
Podemos terminar

Vamos nesse ponto final, amor. 
segunda-feira, 2 de junho de 2014

CARTA

Rio de Janeiro, 02 de junho de 2014 - 04h10

Meu amor,

Mesmo que eu ache cafona começar qualquer coisa com meu amor, eis me aqui. E sigo assumindo meu lado cafona, que acha lindo o vocativo “meu amor”. Escrevo aqui, justificando algo que está prestes a acontecer. E embora não seja de meu costume a justificativa, nem pretendo te mostrar esse texto, quero intimamente que o leia, que entenda o porquê da coisa toda. O porquê que não continuar nesse caminho.

Você é uma pessoa feliz que procura o equilíbrio, a paz interior, e o bem estar na sua forma mais ampla, bem como a harmonia com a natureza e os animais. Eu não. Eu sou por natura o próprio colapso de uma existência. Um delito aos bons modos de viver e interagir com o resto. O resto que, especialmente, não me interessa.

Nos envolvemos de uma forma tão linda e romantizada que por si se guarda e se protege de toda e qualquer forma de condenação ou julgamento. Me olhaste, te deixei me olhar. Te conversei em tudo. Te segui. E nos beijamos. E o mesmo beijo apaixonado que serviu de inspiração, se apresentou no repúdio (para alguns, carnavalescos, juro) e norteou todo resto, até este meu entendimento.

Saiba que pra mim nunca foi fácil. E embora eu tenha 25 anos assumo essa posição, de que a vida não foi fácil e que continuará por um tempo. E poderia ser pior, como foi pra muita gente, e de tantas que será. Mas cada travessia só acontece com a quantidade permitida, e sei que muitos não carregariam. E mesmo esquecendo nos momentos de tristezas e cansaço, eu sei, sou forte, e pior sou romantizado. Tenho o vicio boêmio da narrativa que precisa construir as paredes e descrever os sentimentos. Ninguém é assim, né? A não ser os loucos, lembro bem das mentiras épicas do meu tio esquizofrênico, que tornava a monotonia do interior em autênticos roteiros de filmes policiais- acho que é por isso que gosto da comparação da minha “espontaneidade” com a loucura.

E a equação eu garanto aqui, você está no auge das coisas, conhece países, pessoas e tem suas paredes reais. Eu não. Eu tenho somente o reflexo de correr e o compromisso de não esquecer dos meus traumas, pois em algum momento os terei que superar.

Não posso compartilhar de um sorriso seu plenamente. Ainda não sei sorrir direito, socialmente. Preciso do álcool, preciso da música, preciso de conforto. Como feito um bicho quando tenho fome. E reclamo quando dói. Fui educado, é claro. Mas de tudo que passei, a sinceridade comigo mesmo é essencial, necessária para o continuar. É o doce para não chorar. Chorar novamente. E é esse hábito que se instaurou em mim. Não sei amar pouco, ou me sentir pouco.
Sei que sou defeituoso. E você também é. Mas sou consciente, e não faria mal nenhum a você, que tanto gosto. Animal que apanhou não bate, não. Defende do seu pior, pois conhece o lado mais escuro, que se foi despertado ou aprendido. E fazer o jogo de velas para levar o barco na direção que quero de que adiantaria, sabendo do fim ou dos perigos do caminho. Quantos outros barcos não apodrecem no fundo das minhas águas.


Mas também não sou nenhuma tempestade completa. Meus raios não ferem, e em noites muito escuras iluminam e desenham formas no alto, tem sua beleza – me defendo.

Por fim vejo sua beleza, e me rendo. Nossos corpos no encaixe e me rendo. A sintonia das peles e me rendo. Os humores irmãos e me rendo. E me rendendo por completo, espero que você se veja mais evoluído do que eu e me entenda. (Mas que lute, e me tome para você, eu te me dou).

Não posso caminhar sozinho ao seu lado, sozinho não. Mesmo sendo ótimo em longas caminhadas solitárias, não poder dar o grito de help me incomoda. E sei que outros podem tomar posse em funções que exercemos, e até melhores do que nós mesmos.

Por tanto, meu bem, não deixemos o nosso amor para outros amarem, não empreste nossa cama, nossa luz e toda minha poesia. Vamos nos assistir nas manhãs, nas tardes, nas noites e em todas madrugadas. Ou esquecemos de tudo que passou e ignoramos as possibilidades de felicidade, que entre egoísmos e ilusões merecem todo o respeito.

5h14, 
Allan Fernando
sexta-feira, 23 de maio de 2014

TE LIBERTO DE MIM



Não estamos juntos agora
E tudo se soma numa espécie de remorso combinado
Quero e não posso te ligar
Te procurar
Te entender
Entre uma linha tênue do limite da razão
Porque amar não cansa
E leva a exaustão
E leva ao delírio
E de delírio eu entendo
Já tive três grandes relacionamentos

Mas eu prometo melhorar
Prometo não te amar
Prometo não ser eu para você
Que não me entende
E eu fui o mais transparente possível
Ao que você só se assusta

Vou te tirar o privilégio de estar nos meus pensamentos
E orações
E das músicas do Roberto
Você será você
E eu serei eu, sozinho
Ou não
Confiante
Ou não
Não importa



terça-feira, 20 de maio de 2014

RICARDO II


Rio (u) do teu sexo solitário
Estás com outros tantos
Estás sozinho em casa
E olha, hoje já é quarta-feira
São duas horas de outros dias
De outras solidões
 E isso parece rugir no teu rosto
Mas não demonstras
É duro demais para mim, que tenho 25 anos
E amo
Abraço um abismo escuro
Jogo-me querendo te segurar
E cadê você?

Ser verdade não basta
Amar o teu sorriso de criança:
Teu dente torto que se apresenta, não basta
Não entendo,
Mesmo ciente que a vida precisa de no mínimo alguns mistérios.

Por isso
guardo meu corpo
Meu tom secreto
Minhas cores
Os dias
E toda minha poesia

Aqui, você não pode lê
Aqui, você é só motivo

E isso pra mim basta
domingo, 13 de abril de 2014

ELES ESTÃO LOUCOS

Não deixo me contaminar
Assumo doenças, dramas e preguiças
Reclamo de tudo pra quem quer escutar
E quem não quer, deixo sozinho, pra lá, esquecido num canto
E sobre o amor... Eu amo. Em tempos verbais próprios.
Não entendam. 
Sou poema
Sou homem de macacão
Sou uma cor diferente
Sou de repente 
Latente sentimento
Respeitem minhas danças de um sozinho
Minha dislexia 
Minhas insistências sem sentidos
e sobretudo meu sorriso cúmplice 

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