quinta-feira, 15 de outubro de 2015

HOJE

Hoje eu não posso ser menos que eu mesmo
Não posso entregar assim,
Como é mesmo? Morrer na praia, não é todo um ruim?
Pois é, concordo tenho as medalhas de quem morrer na praia
E todos os méritos
Eu não posso desistir
Tudo desaba, ninguém quer ouvir, nem escutar
É como se houvesse só uma batalha de egos
Eu tenho um ego grande
Mas sei ouvir
E é essa a diferença de tudo
Eu sou o crescido
O menino que cresceu, que viu, ouviu
E não gostou
O que fazer?
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx[Não sei, mas vou continuar]
domingo, 27 de setembro de 2015

As diretrizes do nada

É um acontecimento, outrora algo, alguém
E agora pura ausência
O som é nulo
Bem como a cor
O cheiro
E não há brilhos, ritmos, nem forças
Pode ser em frações de segundos
Ou uma eternidade esquecida por uma civilização
É de comer, é de beber, de sentar?
Não se sabe!
Não é buraco negro, porque buracos tem fundos
Ou ao menos começo
O nada nem isso
O nada não tem nada
É mais próximo do beijo que não houve,
Do ‘Eu te amo’ não dito,
Está entre o reconhecimento calado, e o obrigado guardado
Pode ser aquele encontro que você não foi
O aquela tia que você não conheceu, mas existiu
Pode existir todo dia
E todo dia mudar, porque as coisas dependem das outras para acontecer
E um nada hoje é outro maior ou menos amanhã
O nada é também gente, não essas que vivem na rua
Ou nas roças
Eles são tudo, e tudo é bem diferente
Tem o peso de sentimentos, traumas, e tudo mais com gosto
Nada é o perigo de não ver
Não sentir as dimensões
E de repente ser um velho que não sorrir,
De histórias esquecidas
Ter-se orgulho
A vida que não pulsa é o nada.
domingo, 6 de setembro de 2015

Valsa dos Excluídos

Os excluídos dialogam com os revoltados
Embora não nutram tantos gritos
Estão em maioria calados,
e excluídos continuam de fora
Agindo, tramando suas reviravoltas
Numa peleja quiçá do bem,
Nem sempre vingança é uma palavra afim
Mas podem apostar é vingança sim!


Deus salvem os excluídos.
sexta-feira, 12 de junho de 2015

Namorados, dois

Para o meu amor uma flor,
Um domingo só dele que eu estou deitado
E me vê, inteiro, integro e nu
Um amor que toca com mãos humanas, e palavras divinas
“você é meu, sabia?”
Sei sim meu bem, sei tudo da gente
Tudo inventado e posto nas redes sociais
Nós dois nus
O mundo acontecendo e uma ordem misteriosa
A palavra que diz, é
A gente é,
E tudo tenaz a ponto de não ser nada num outro instante
Merecemos tudo
Tudo que dure uma música do Chico Buarque
Ou do Edu Lobo
Ou dos dois
Aquele cântico da Cecília Meireles
Ou aquele poema da Adélia Prado
Que é o nosso amor
Um beijo em você
Certo de que tudo morre um dia
E sabemos disso
Te amo, também eunuco
Como amor de pai pra uma filha
Ou de um amor saudoso de uma avó morreu
Se passar tudo isso,

Pode ter certeza que passamos também.
segunda-feira, 8 de junho de 2015

ESPELHO DE PERSPECTIVA (ou é só uma questão de perspectiva)


-Diz isso não menino
-digo sim, gosto de exercer transparência
-diz não que vem mau olhado e febre de sonho quebrado
-Se vier estarei entre amigos e sigo na minha sina
-Amigos? Tem gente mau menino
-Tem gente assustada que aprendeu isso de tanto dizer
- O que fizeram com ela entaum-cê?
-O que fizeram com ela, foi o mesmo que fizeram com eles mesmos, se fossem ela
-Ela mereceu?
-Eles também não. É tudo uma fatalidade. Um projeto mal feito, um não projeto. É tudo um acidente.
- Mas-cê se cuide meu menino
-Me cuido nêga. Me cuido.

(Velha negra e gorda, foi embora rezando para a ave-maria, ela pedia pra nossa senhora regar os pés do menino de 10 anos, que estava apaixonado pela vida.)
quarta-feira, 3 de junho de 2015

de mim

se esqueça de mim
em mim
vê o seu sorriso no espelho
acontece tão docemente
embora esse coração partido
que vejo pelos teus olhos
esquece meu corpo,
meu charme
osnomezinhostodosnossosmeubem
já já amanhece
e precisamos estar atentos
o meu perfume é o teu
sinta-te

e só.

Oriental

tenho seu preso na cabeça
não posso ficar doente de amor
família é precedente para o fim
e eu nem comecei ainda
espera amor
espera a dor, a cura
a doença já está aqui
é amor
é amor
meu computador
eu disco voador
e tudo ainda que irá acontecer

nós dois amanhecendo 
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Meu poder é incrível
E não é nada
Dele tudo se pode
Compactar coisas em versos
E construir um significado plural
Anatômico
Verdades inteiras
E outra nem tanto

E tudo mais sobre leitura e o vento
sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sobre o Mar

Som de mar batendo no rochedo
Somdemar        batendo no rochedo
Somdemar
Sou de marbatendonorochedo
Sou do mar
Sou o mar batendo
Sou mar batendo
Sou mar
Sóamar
Só amor batendo
Espuma
Espuma

domingo, 3 de maio de 2015

Um argumento de desculpas,

A falta de esperança pode ser uma coisa boa. Só dela eu consigo te ver fielmente. Sem aquele tempo verbal do futuro, que te coloca rugas, rabugices, solitudes-de-filhos-ausentes-no-natal e tudo mais que o tempo pode desenhar/rabiscar em você. Meu bem, eu não moro no amanhã, não ainda. E por isso toda essa ansiedade e confusão de urgência. Eu te olho e te vejo, é esse o tempo, não é perfeito porque não se cumpriu, porque não terminou.

SOBRE O AMOR

O desgosto por meu bem é grande,

É do tamanho dele

Não, é maior

É do tamanho do quarto dele

Do apartamento dele,

É maior

É do tamanho de todo meu amor

Mas se ele mandar me chamar agora,

Às 1h16 da madrugada

Eu vou

O desgosto é menor que um beijinho dele



sábado, 2 de maio de 2015


Reivindico seu tempo

Acho um absurdo dormimos longe um do outro

Como numa viagem no tempo

Ou uma psicopatia amorosa

Sei podemos ser tudo

E tenho urgência

Vamos morrer

E preciso aprender sobre esse amor

Que brota da gente

Estamos apaixonados

E sei ainda, mesmo com medo

Que se preciso

Te deixarei consigo, longe de mim

Não caminharia sozinho

Mas não partirei com uma dúvida

Estamos apaixonados
sábado, 28 de março de 2015

O MENINO DO ESPELHO

“Eu vou chover”

Diz ele assim mesmo, nem triste nem esperançoso

Para si mesmo. Num pulso de previsão

Neutro.

E disse vem as lágrimas

Tímidas, de menino heroico, brado, retumbante

Faço isso não universo

Ele é todo sonho e novela

Deixa ele acabar bem,

Viver o que tem, se está errado e anseia coisas boas

Se não dá pra salvar o mundo, não o abandone

Como faz com os poetas e loucos da rua

Não deixe mutilado numa esquina,

Contrario de pai e Deus

Tem de piedade, mundo

Fica com ele

O aceita

O guarda

Sorri junto

Se ele se mata tudo acaba,

Queria nem falar

Ele te acha tão bonito

“viver é ser lindo em conjunto”

Das belezas que o salvam,

Estão as mais lindas e comoventes

Ele é poeta

Ele sou eu

E eu (ainda) não sou ninguém.
terça-feira, 10 de março de 2015

DO LADO DE DENTRO DE FORA

Tão bom a consciência de que estou em casa

É tudo meu isso aqui

Nasci ou fui criada ou cheguei inda agora,

Não importa.

É meu chão

Minhas paredes, cores, tudo isso

Até a sujeira, digo sem vergonha mesmo, é minha também



Ando descalços pela minha moradia

Fico a vontade, à revelia dos inconformados.

Sorriu com alguma lembrança

Que importa se vêem, e que vejam

Minha felicidade tem que se completar.



Sou eu mesma

Embora cabelos brancos ou problemas psiquiátricos

Quem é normal?

Se tenho fome, como

e durmo embaixo de qualquer sobra

Tenho notável habilidade de dormir com barulhos urbanos,

Mas se há aquele silêncio gostoso, sonho bem

Perigo existe, mas existe também aquela prova de ser humano,

Às vezes é só um sorriso pro invisível, ou um novo cobertor



E posso bailar pelos cantos

Músicas invisíveis tocam

Eu sou Carmen Miranda

Ou o novo sucesso do rádio

Meu sorriso se apresenta, e se protege na felicidade, a estética perdoa

E mesmo quando me chamam

E quando escuto

Eu sou o cracudo

Eu sou mendiga

Eu sou o drogado

Eu sou o esquecido

Eu sou o louco

O doido

O da rua

O viciado

Eu sou o dono da rua

Que tem cachorro ou gato

Que dorme embaixo de todas as estrelas e planetas

Esquecido por toda vida

De Deus e dos homens

Eu sou invisível

Quando notado, temido ou repreendido

Jamais adotado, jamais amado

Eu sou o dono de mim

E existo, acreditem

Eu insisto na minha existência



Vivo por aí
segunda-feira, 9 de março de 2015

NO TOM



Evito o conformismo que cala

Gosto do tom da voz vide emoção

Reclamam que falo alto

E

Ora me comporto menor

Ora me guardo por total

Quem perde é tudo

Que se acontece com o relevo de mim opaco

Em mim gritão os demônios e os anjos

Valsas, funks e tudo mais

é a vida que se anuncia

preciso do tom do emoção

para completar minhas notas

rir alto, se alto estiver

rir baixo, quando pequeno for

te chamar num berro

ou numa psiu

Deixa eu gritar

Deixa eu calar

Não me cobrem por ser demais

Ou não ser nada

O momento merece respeito

Por isso o defendo



terça-feira, 3 de março de 2015

menino homem

ele se anuncia, “vou chover hoje.”
‘tadinho’ do menino homem
que o mundo engoliu de uma só vez
desde pequeno já era guerreiro
sabia apreciar a lua e sonhava
enfrentava tudo em nome do coração
mas por si, ele é fraco,
entendeu errado o processo da justiça do mundo
é surdo e sego às suas necessidades
mas é um guerreiro
é um príncipe
esse menino homem
que morre em todo não
já fala com a voz embargada,
“não bate mais neu não”
o mundo capitão de enredos
assume que é indiferente a lamúrias
mas quando ele canta
quando ele canta
o mundo inteiro fica melhor
pintado de sonho
o mundo quando ele canta
fica bom
por isso menino homem
em sua defesa

cante

no peito

‘coamão’ na cabeça,
a mãe desesperada, junta os instantes
em busca de entendimento
sua boca se desregula
está torta, como o olhar que não foca na realidade
ao poucos vai tomando o ar necessário para completar a ação
é mentira, é mentira... falava.
todos a volta sentem muito pelo fato ocorrido
todos tiveram mãe, todos choraram
do outro lado a velha gorda e sábia
como quem arruma um desfecho
toca a mãe, acalento-a
“segura trem, segura trem”
é tudo muito triste,
as balas malditas,
e as notícias
que caba boca que fala,
a cada olho que se aproxima
e parecem tocar na ferida
ela continua respirando instintivamente
quando erra, soluça
é uma mãe, e podia ser a sua
toda mãe chora maior
que o choro do filho

na cerimônia
errante recebe os convidados que vieram velar o morto
ela sorri
será que delira?
será alguma lógica espiritual que a acalenta?
os olhos ainda vermelhos, confundem
de coração partido
a mãe lamenta o mundo
que não terá a chance da vida do filho

no lugar certo
se houve choro nas redondezas
outras mães presentes se lembram
se vêem, espelhos
outras nem nada
cada dor tem seu mecanismo
sua arquitetura, as que não se parecem se respeitam
é isso mesmo
a vida é isso tudo
um punhal no peito que você tem que usar,
ou uma medalha de um santo,

ou um simples e pesado pingente.
sábado, 28 de fevereiro de 2015

A CENA INTERNA

A valsa do corpo está desalinhada
Nota-se todos órgãos presentes
O coração está perdido,
Se encontrado por outro, divaga falando do clima
“vai chover hoje? Ou oh lua bonita”
Os inocentes das regioões baixar se profanam
Entre noites cariocas e dias paulistas
Tudo nesse lugar pede pra sair
Pra ir embora
 Mas o show não pode parar
E há público, bom ou ruim
Os pagantes precisam da cena
Eu preciso da cena
Então continuo
Sigo no improviso ou nos poemas
É hora de encerrar
Será que consigo
Falta pouco
Pronto
Aca

bou.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

AVANTE


Escravizo teu verbo mais secreto
Tranco ele de nós,
E suspendo qualquer comunicação

É coisa de justiça sabe
O Tempo da gente estragou tudo
Parece que é começar de novo
Com novas pessoas
Eu tentarei no tempo natural

Enquanto isso evoco meus orixás
E canto bem alto
Transo muito, e beijo bem
Sou bom em ser feliz sozinho
Talvez eu ganhe no final das contas
Mas se eu perder
Perco bem, sei sorrir
Daquele sorriso abstrato que contagia quem vê
E muda tudo
Adoro mudanças

Talvez eu mude mesmo
De novo
Sempre funciona

Eu vou me superar de você
E ficar leve
Leve tanto quanto um sorriso de uma criança cega.

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