quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

PARA UMA AMIGA QUE ROUBOU O MEU NOME

Tira-me daqui não posso seguir desse jeito, com tanta coisa em minhas costas.
Usa essa flor costurada na sua camisa, usa como amuleto de sorte para me raptar dos meus dias mornos.
Vem com um aspirador fatal, e um balde de água com produto de limpeza, precisamos limpar tudo, você pode me ajudar?
Tem um nome aqui na minha agenda que me perturba, que me tira o sono. Eu não tenho forças para apagar... Por favor.
Vamos até onde der. Mas vamos infinitos, preparados para tudo: uma bomba atômica ou piolho de cobra amarelo, (morro de medo de piolhos, mas daria meu sangue para ele não roubar o seu.)
De tarde ficamos na presença de Adélia Prado, Fernanda Young e Drummond. Na ordem justa, que eu insisto: eu depois você, depois eu depois você.
Venha e traga seu sorriso mais descontrolado, o que você só usa nos finais de semanas.
O Sr. Brigadeiro de Panela, aguarda sua presença. 
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

UM POEMA À LUCIANA AVELINO DA SILVA


Cortei meu dedo. Cortei minha honestidade.
Sou poluído, sou profanado.
O nome é Carcará.
Tenho um diamante falso, e um cavalo esperando para fugir a galope.
O abacaxi explodiu na minha mão, e você só falava do quanto era feliz na sua igreja.
Você rio do meu Picasso, achou feio minha Tarsila do Amaral.

Eu sou Fernanda Young, o homem é Castro Alves, o meu homem
É aquele que você colocou na fogueira por gostar de negros.
Eu sou negro. Você é negro. O meu orixá é Jesus.

Você lavou suas mãos para encobrir toda a sujeira, e não ficou nada.
Poesia não é fazer das sujeiras mãos, é ser a sujeira, e não esconder sua forma natural. Glorificando-a.

O passarinho fugiu porque não gostava da sua energia,
Tem ouro, tem ouro no chão da fé do Vaticano, e você não o evita e pisa nele.
E você sabe que batendo em um irmão, os outros vêm te pegar.
Porque o gordinho que era Mario de Sá Carneiro, e o Maguinho que era o Fernando Pessoa. Riram da sua fotografia artificial e da sua metodologia de ensinar sentimentos.

O que faz um menino que tem que imaginar que é outro pra conseguir dormir?
E sonha que é um X-Men?
Não tem nada, porque ninguém sabe.

O meu nome é Allan Fernando, mas pode ser Alan somente. 
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

ESPELHO MEU


Você não existe.
Seu nome foi inventado. Surgiu de um erro, e você deu todo o suporte para que ele continuasse a existir.
Teu passado mais negro que a luva de um assassino,
Ficou apenas na memória mal cheirosa, mofada.

Uma cicatriz não é nada perante uma mentira bem contada,
Não é mesmo?!

Não foste, não fizeste, não ganhaste.
Mas sonhaste, aquele sonho maior que a realidade.
O coração batia e lágrimas desciam por dentro, e você com aquele aberto sorriso, perfeito.
Menino lindo, menino triste, menino educado.
Qual santo? Qual mãe? Qual estória? Precisa para tanto texto?
Um rio, que não tem água, uma cidade que não tem lógica, uma lembrança roubada, um sonho maluco, um leão assassinado, um beijo, uma noite. Foi tudo cenário?

Antes de dormir ele fala: “Abre-te de Sésamo! Porta imaginada, e me teletransporta para onde ninguém conheça o meu nome.”
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Hipocondria Literária Popular