quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

UM POEMA À LUCIANA AVELINO DA SILVA


Cortei meu dedo. Cortei minha honestidade.
Sou poluído, sou profanado.
O nome é Carcará.
Tenho um diamante falso, e um cavalo esperando para fugir a galope.
O abacaxi explodiu na minha mão, e você só falava do quanto era feliz na sua igreja.
Você rio do meu Picasso, achou feio minha Tarsila do Amaral.

Eu sou Fernanda Young, o homem é Castro Alves, o meu homem
É aquele que você colocou na fogueira por gostar de negros.
Eu sou negro. Você é negro. O meu orixá é Jesus.

Você lavou suas mãos para encobrir toda a sujeira, e não ficou nada.
Poesia não é fazer das sujeiras mãos, é ser a sujeira, e não esconder sua forma natural. Glorificando-a.

O passarinho fugiu porque não gostava da sua energia,
Tem ouro, tem ouro no chão da fé do Vaticano, e você não o evita e pisa nele.
E você sabe que batendo em um irmão, os outros vêm te pegar.
Porque o gordinho que era Mario de Sá Carneiro, e o Maguinho que era o Fernando Pessoa. Riram da sua fotografia artificial e da sua metodologia de ensinar sentimentos.

O que faz um menino que tem que imaginar que é outro pra conseguir dormir?
E sonha que é um X-Men?
Não tem nada, porque ninguém sabe.

O meu nome é Allan Fernando, mas pode ser Alan somente. 

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