segunda-feira, 31 de maio de 2010

31/05/2010, 23h31

Andei perdendo nome.
Mas sei que ainda há tempo.
Ainda há tempo.
Ainda há.
sábado, 29 de maio de 2010

Duelo estilo 665 (ao som de Caetano)

Aceitado o desafio
(De algo que ninguém ousa lembrar)
O homem desafiado estende a mão
Aponta para o céu
E grita, no mais alto de sua voz:
-Estou cagando pra você!

Do céu, abriram-se as nuvens.
O resto do mundo se escureceu
E outra voz, dessa vez ensurdecedora disse:
- Eu também!

A briga começou
Entre Deus e os homens.
Homem virou bicho, bichou virou homem.
Dentre muitas palavras profanas.
E tudo mudou.

Ai Deus ficou com saudade do homem e fez tudo voltar como era antes.
E o homem respeitou o divino, e o divino entendeu o homem.

30/05/2010 - 02h34

Sinto que a desmotivação começa a se retira dos meus dias.
Estou com sono e sem vontade de dormir. São 02h01 da madrugada. Tenho vontade de chorar por ter deixado as coisas irem tão longe.
Era 18 anos no mundo, eu tinha saído da casa dos meus pais e ganhado um mapa do mundo. Podia ir a qualquer lugar, ou em qualquer pessoa. E resolvi esperar como sempre fiz na minha vida.
Tive medo de início, e depois me deixei levar pela acomodação ativa de dependência, que é a de contar com o outro, viver em comunidade. Que ainda me assusta, dizendo injurias e me mostrando apenas as margens de perigo que é viver no mundo sozinho.
Vejo nas marcas do meu rosto, marcas de meus pais, e me assusto. Nunca quis ser quem nem eles, sempre tive medo de ser igual. Fechados e sozinhos em si mesmos.
Tenho uma mania terrível de temer a opinião negativa ao meu respeito que vem dos outros. Será que é isso viver em sociedade? Eu acho que sim, e por isso estou escrevendo depois das 2h da manhã, num sábado de juventude.
Escrever ainda é um mundo desconhecido para mim. Não sabia que era possível prender o mundo, momentos, e sentimentos em textos concretos. E indestrutíveis. Pelo recurso da web.
Escrever ainda é um processo que não estou habituado, e sofro por isso. Por ser obrigado a escrever. Por encontrar nisso uma saída, e não sair sempre que preciso. Por viver me escondendo de mim mesmo. Por não dizer. Por não me ver, ou por não me mostrar.
Meu corpo parece não saber o que é isso que está acontecendo comigo, deveria ser algo produtivo. No entanto, parece, apenas, uma nova crise, e que vou chorar. E não choro porque a lembrança consola, dizendo o que eu já fui antes de chorar outras vezes, e que cresci muito depois do choro. Mudanças é preciso, é preciso mudar. Eu mudo sempre.
quarta-feira, 19 de maio de 2010

Homem Animal

Homens que se portam como simples animais.
Instintivos.
Comem. Bebem. Caçam. Participam das tradições da raça, instinto plural.
Homem assim:
Homem carneiro,
Homem macaco,
Homem Baleia,
Homem cachorro

Homem quase não animal,
Homem menos que animal,
Vulnerável, doente, exposto a outros predadores.

Homem de bandos,
Homem Plural,
Homem matilha

Homem animal quase homem, domesticado
Homem animal quase homem, fora do habitat natural,um eremita em sociedade .
Homem animal que não é homem, de circo, treinado, acostumado,
Homem usado por homem, em busca de drogas no aeroporto
Homem animal pior, explorador que faz do homem: animal.
Homem arredio, sem defesa, com medo, sem perspectiva de rumo, entre o fogo da floresta e a arma do caçador.

Homem que lati, homem que morde. Que se defende mostrando os dentes.
Homem que cheira o rabo de homem, assim homem cachorro

Homem animal experiência de laboratório, homem rato, camundongo
Homem animal sem sobrenome, homem vira-lata.
Homem animal de raça, tradição maldita que vem dos pais. Influência.
Homem animal de doença, de sarna, de carrapatos, pulgas, de pele caindo, de pele com óleo queimado.
Homem animal perdido na floresta, de tanto faz, de qualquer um serve.

Homem animal que pensa que é homem, enganado por si mesmo.
Homem animal que é animal, do mato, das ruas. O que não vive sem.

Homem animal é menos do que animal, animal não tem escolha nasce e é.
Homem não, homem escolhe, quer se animal ou aceita continuar sendo
Homem verdadeiro é homem crítico por natureza, pode ser ou não homem animal, se quiser.
quinta-feira, 6 de maio de 2010

Momento em letra minúscula

o inferno me detém,
estou morto por semanas.
pequei.
pequei no meu próprio mundo,
onde estaria salvo se quisesse.


impossível sorrir.
impossível amar.
impossível ser humano.

estou dentro do buraco. rato imundo que come lixo.

só aguardo,
e aguardo o juízo final onde a trombeta do anjo maior,
fará tremer o que me resta de carne consciente.

o juízo final nessas horas será o que acabará de vez com a lembrança do que construí
ou me obrigar a refazer tudo, outra vez, de outro modo.
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