sexta-feira, 8 de novembro de 2013

CÂNCER AMOR

Morre
Morre
Morre
Morre
Pedaço de mim
Que não é meu
Que foi implantado
Contaminado
Que cresceu
E que pode contaminar tudo
E apodrecer o resto

Cirurgia
E tratamento intensivo
É hora de se cuidar
Ver se melhora
E parar de viver dramas
Que só podem ser escritos
Descritos para fora de mim

Curar-me-ando 
segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Pelo Celular

Vídeo poema, de Carlos Drummond de Andrade, por mim.
Aproveitem.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

RECEITA PARA AMORES APODRECIDOS

Para amores apodrecidos, banho três vezes por dia.
Em uma semana você estará limpa (o).
Use luvas para limpar o ralo,
O amor apodrecido ou ódio romântico - como dizem os cientistas são extremamente contagiosos. Basta um toque e pronto, cama e excesso de chocolates lagrimosos.
Use água sanitária, poesia e muita música para uma limpeza adequada.
Um perfume também ajuda,
Gel no cabeço para homens ou um batom cor favorito para mulheres e travestis
ajudam no processo de ressocialização de ex enfermos.
terça-feira, 27 de agosto de 2013

CANTO

Você existe
Os batimentos e a sua respiração constante
Que eu sinto (acredite)
Alegam sua existência
Teu peito em performance
Provocam ondas no ar
Que me tocam
E me alertam
Estou na sua
Estou aqui agora pensando em você
Embora você não saiba
Embora você não sinta
Mas será?
Você tem um nome
E eu sou apenas memória
Apenas silêncio
E barulho
Estamos sozinhos


terça-feira, 20 de agosto de 2013

ÁPICE DO ESCURO

 Estou melhorando?
É difícil dizer, porque embora onde eu queira
Estou entristecendo frequentemente
Não sorrio direito
Ou sorriso demais sem razão
Eu acho que é noite demais na minha
Tenho muito medo de ser feliz
Porque tenho tudo pra isso
Tenho medo de ser eu que não sou eu
Um eu guardado que só uso nos finais de semana com a família
Vou reconhecer que estou um trovão
E um raio lindo de luz
E ai o sucesso
Mas até lá
Tenho que mastigar essa escuridão
Vou continuar.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

LADAINHA DO LAR INCONSOLADO


São seis horas da manhã
Que alteia as sombras na casa
É sinal de que eu não durmo
É sinal que só eu é quem ama

Teu carinho
Teu travesse
Pro teu santo uma oração
Faço tudo ouvindo o rádio

Eu sei, eu sei
Somos casados

Te guardo um fã
Dormindo empacotado
Que te espera sempre ansioso
E que ser todo teu passado

Mora, tua casa é que é teu caso
Meu querido
Meu doce amado
Não vês que eu sou a mesma que do passado
Que o gosto fica o mesmo
Pra quem ama

Mora, tua casa é que é teu caso
Meu querido
Não vê que sou a mesma
que teu corpo acende,
anuncia aquele passado



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

SENTIMENTO

Eu sei que você existe
Posso sentir agora que você está dormindo
Está?
Sei que respostas também não são o seu forte
Mas sei que eu sou bom com semiótica, e, diferentemente de todos colegas,
Entendo claramente os sentimos
Eu sei, eu sei
É uma maldição
Na minha família é comum isso
De amor, ou de dor até o fim
Fontes que não secam jamais
De tudo se planta,
E tudo se colhe, mesmo que se regue a colheradas
Temos os melhores frutos
É coisa de terra vermelha, roxa
Pronto, você acordou
E o poema findou.                     

sexta-feira, 26 de julho de 2013

cantoat

Canta pra mim
Canta em mim
Canta-me

Encanta-me

FRENTE A TODOS

As pontes construídas sobre águas
Resistem
Os prédios, todos eles, resistem
Aeroportos, embora buracos nas pistas, resistem
Casas e castelos, em muitos lugares, resistem
Civilizações submersa, juro, resistem
O amor afogado, cortado, machucado e desmantelado
Resiste
E resiste aquele teu sorriso sonolento e sincero
De quem conta uma piada de ocasião
E eu? Eu não resisto

Desmorono, derreto, viro liquido de se beber. [embora mais duro que aço]
domingo, 7 de julho de 2013

VIVENDO

Estou adoecendo, enlouquecendo. 
Agora, sendo. 
Estou percebendo. 
Esquecendo. 
Padecendo. 

Pronto.
Exato: renascendo. 
Vendo, estou aprendendo.
sábado, 22 de junho de 2013

MUCUMDUXU

Entender a força que move
E o estado das tuas coisas, todas elas
Os teus olhos, bem como o brilho deles
E o sorriso: ignição e função. [eu te olho]
Dinâmicas mais tuas e as sobrancelhas 
Mamãe me alertou “estude e trabalhe bem antes do amor”
Mas sou latino, mamãe, e barroco demais
Não sei por onde os santos andam
E nem onde te encontrar
O que quero? Nada.
Não quero mais contar.
quarta-feira, 29 de maio de 2013

CANÇÃO DA MULHER FIEL


Noite aquela me lembro bem
Sorri sozinha num canto da casa
Sem mais
Corri pro meu quarto
Despedi o corpo de trabalho
Na penteadeira antiga de vóvo
Tirei o cansaço com leite de rosas

Limpei, meus pés de chão
Limpei, meus calos na mão
Limpei, as marcas deixadas de sol com pó e talco, limpei

E já me via assim
Vestida de seda colorida
Sapado alto enfeitado
Pulseira de ouro banhado
Sorria no espelho
Esperando você
Pra mim
Em mim
Assim como quem treina pra ser feliz
Pra mim
Em mim

Chegou um tantinho atrasado
Me viu, batom de rouge com brinco furado
Olhou tanto assim desconfiado
Pegou apertado no braço
Sentiu que era feio meu andar disparado
Mandou destruir penteado
Chegou, já deixando de lado
Não vi mais meu marido assanhado
Saiu, sozinho assim desconfiado
No bar
Tomou tudo que era passado, de solteiro
E eu...
... descobri que o vizinho é bem fiel,
e ele não é nem casado.


sexta-feira, 24 de maio de 2013

TWITTER (GAIOLA)

Um dia um passarinho piou triste pra mim, 
eu piei de volta, 
hoje ele canta 
e eu desafino de volta. 

Pelo menos eu posso voar, 
ele gaiola.
quinta-feira, 16 de maio de 2013

QUERER


Sabe o que eu quero. Eu quero você. Quero o teu momento que ri feliz porque eu falei uma inutilidade absurda. Quero beijar o canto da tua boa, que é a verdadeira engrenagem do sorriso e do bico de “eu não tô gostando”. Adoro teus bicos, especialmente se consigo roubar um beijo e mudar tudo. Adoro você. Teu corpo. Tuas tatuagens. Teu cheiro de gente, de humano, de “eu não jogo lixo no chão”. Amo os teus “obrigados”, eu os teus “boa noite” sorrindo que dás aos porteiros. Quero mais que tudo, usar o pronome possessivo para justificar possíveis, futuras, brigas tolas ‘–você é meu, e eu sou seu, basta’. E quero morrer por querer tudo isso que acebei de inventar de você. Não temos história. Não temos nada. Nem passado. Nem nada. 
sábado, 4 de maio de 2013

PEDAÇO

A mulher dos meus sonhos
que mora em mim
anda pelada pela casa em dias de calor
toma banho ouvindo música antiga
ama cozinhar para os amigos
gosta de poesia
e de decorar textos
tudo pelo porque quer, e porque é
e ninguém tem nada com isso
só algumas pessoas,
algumas poucas pessoas... pouquinhas.
E em relação ao homem que eu sou, também.

ACIMA


Há significações
E o mundo é mundo por isso mesmo
Posso ser eu o escolhido
Que dentre os outros escolhidos históricos se somam
Ou não
Os edifícios negam sua história
E eu sei mentir
Agradecendo a Deus por isso
Porque a mentira esteve presente nos sobreviventes
alguns, ao menos]
E é Ele quem escolhe os sobre vida
Ao menos isso
O resto é martilho de Deus
Que é agraciado
O resto é comum
Todos têm

Deus ama de outra cor
Os sobreviventes


(sou outro)

DEPOIS AMOR


Vou chorar por nós dois
E depois morro

E depois vivo
Depois me apaixono
E tudo novo
Até o fim de novo
E de novo respeito
Tudo e choro

Choro
Até um outro depois.

quinta-feira, 21 de março de 2013

É SIM


O medo e a tristeza juntos
Chamo logo meu xodó pra me servir
Entrego tudo a ele
E ainda peço
Me um beijinho humano
Segura minha mão, não me deixa só, não
Deus, que reconhece minha humanidade cretina
Assopra no meu corpo
Me manda sinais quais juro reconhecer
Até choro
Deus não é perfeito?!
segunda-feira, 11 de março de 2013

SORRISO TEU


O teu sorriso
Grão
De pão
Engorda e dá energia
Eu como
Cada pedacinho
Às vezes
Sem manteiga de avelã
Às vezes
Ainda tomo café
Mas só depois
Que se vão os beijinhos
quinta-feira, 7 de março de 2013

SONHO


Sonhei que eu era uma mulher dos anos 70, mas não uma mulher qualquer daqueles anos que a maquiagem melhor era a cor auri depois de uma tarde na Barra da Tijuca. Nesse sonho meu, que poderia ser na verdade uma lembrança de alguma coisa que incomoda pensar. Eu era jovem demais pra ter insônia e mulher demais pra ter problemas, antes de dormir, no calor carioca, vinhas tu, autentico e esperado, me olhar com teus olhos só teus, sem aquelas referencias machistas que são comum: tu tinhas teus olhos sozinhos e o castanho que me lembrava a mistura do sol quando vai se retirar com o mar tão Rio de Janeiro, do azul pro verde. E eu completamente nua não tremia mais ao sentir tuas mãos quentes no meu corpo fresco, ao explorar meus relevos, aprendendo minhas geografias mais secretas, como um desbravador de corpos, e que eu amava, fazendo me sentir mais eu. Só que como todo sonho acaba e toda lembrança não passava de um tempo acontecido a ressaca que assusta, mas que se cura também, me faz nesse perigoso e ridículo saudosista processo entender o que são lembranças. 
domingo, 3 de março de 2013

NUMA NOITE DE 40 GRAUS CARIOCAS EM SÃO PAULO

Você é grande e eu quero que continue assim
Até gosto dos praticados que você usa para ficar ai em cima
Não posso aceitar suas descidas para meu quarto
Numa noite de 40 graus cariocas em São Paulo

Estamos em tempos difíceis para o amor
E quando o cheiro e o toque bate
E faz arrepiar
Pode-se escutar e ir
Que TALVEZ valha a pena
TALVEZ não

O mundo é um clico ridículo de clichês coloridos
Que usam maquiagem para a vai-dade
Os olhos-verdes-mar-lusitanos
Não me enganam,
não
Mesmo eu querendo beija-los numa manhã
De Pernambuco fora do carnaval
No Rio de Janeiro

E você sendo todo seu, continue
Eu até acho melhor
Eu melhoro, confie em mim
Eu querendo
Aquilo tudo
Que sei despertar muito bem
E que grita em mim e nos outros
Ou não
No duro silêncio falante envergonhado (pela luz acesa)

Sei que seria ótimo uma vida minha ai em cima
Não tenho medo de altura
De alturas, digo
Até gosto de aventuras
E se sei que é bom
É porque já comi antes
E todos souberam
Ou desconfiavam
BUT
Não quero ser letra de Antônio Cicero
Na voz de Adriana Calcanhotto.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

ALGUM TITULO QUE COMECE COM M


se fossem outras circunstâncias morreríamos carbonizados
pelo fogo da paixão
pois a luz desse mesmo fogo
também ilumina algumas coisas
entregando o desfecho (triste)
e me mantenho
nessa distancia absurda e ridícula

mas um único beijo
um beijo certo
e necessário
pode mudar tudo
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

MORTE DE VÊNUS E MARTE EM SATURNO



Sonhei com a nossa morte, pela primeira vez. Nós dois abraçados, únicos num mundo de uma ordem planetária própria e colorida. E tudo parecia compor a cena, que se aproximava ao épico clássico, mas era segredo e por isso não formigava nos vizinhos. De uma idade que não se pode pensar, nós dois em ebulição divertida e dolorosa, e ao mesmo antagônica ao que era também começo. As partículas do corpo, como bolhas de sabão, se transformando, depois do som, em coisa divina, em intensidade que se aproxima ao fenômeno como o de criação poéticas, e caindo de nós em forma de pó aquilo tudo de ruim que carregamos pelos tempos, pelas vidas, e que tínhamos que carregar mesmo. E tudo fazendo sentindo porque nós estamos nos desgarrando dos significados humanos, soltando a lógica existencialista maior, e nós aproximando a essa divindade incrível, que de uma luz bonita e única nos conduzia para o além, o além maior e maior. E depois de uma caminhada num espaço que nem pensamentos tinham, porque pensar era humano demais para tudo aquilo, nós dois em algo que íamos, do vento a eletricidade natural, para um algo que não pode nem ser descrito, mas era lindo demais. Só que estávamos mortos. Mortos. E não escutávamos mais nenhuma música.  
terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Dê o título que quiser: ____________________.


Te espero. Você. Te espero para dar continuidade a inveja dos deuses que nos separaram, que nos baniram com a liberdade maldita, aquela que nos levaram a felicidade de sermos dois, e dois tão distantes, dois estados, dois apartamentos, dois trabalhos, duas camas e uma certeza, que demora a ser entendida e respeitada.  Te sonho ainda, e te vejo por muito lugares. Você sendo todo seu, e eu seguindo, porque preciso sobreviver, sempre fiz isso, sempre quis dormir até tarde numa cama confortável em um lugar com pouca luz. Te espero ainda por outras longas datas e vidas, que virás em linguagem tão nossa, para sermos o antes da verdade e da mentira, e dos mitos, os que nos colocaram o nome de almas irmãs, almas gêmeas.
                                                                                  Nem queria usar esse termo, mas ai escrito.
E. Entenderão esse texto.  Porque visto de frente é espelho, mas como pode se deformar e outras visões surgir, se resguardará para um tempo certo, ou um estado de sonho, ou delírio ou liberdade criativa, isso aqui, que nem gênero tem. Só iniciativa de dizer, que eu sempre vou te esperar.  
quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

VOCÊ NÃO MORREU


                      
o caminhão não passou por cima do seu tórax
nem você teve aides, lepra, tuberculose, câncer
você não cometeu o suicídio 
não foi atingido por bala, lança ou outro material mortífero
não foi vítima de assaltante nem de maníaco
você não se afogou na praia, nem na água doce
você não teve súbito de diabetes
                                                     nem problemas cardíacos
não temeu pegar avião e cair e morrer
você não morreu naquele acidente de carro
         nem estava naquele carro
você foi abduzido por alienígenas e depois morto
você foi não intoxicado, nem envenenado
você não morreu dormindo
ou transando
                     você está vivo
                                            vivo
                                                   vivo
                                                          e mais vivo
e por mais que pense
e por todas e quaisquer mortes
que puderam te acometer não te alcançaram
                                                    você está ai
e eu aqui
                                             e isso foi pior
                do qualquer coisa
                               porque sabemos
                               porque sentimos
                porque estamos de alguma maneira
                                                                       ligados
ou não
          ou amaldiçoados
          ou apenas fracos
          ou esperando
          novas oportunidades
ou não
           não
                 não
                       não
                              .
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

PELO NOME DA PERSONAGEM



Refletido em mil espelhos
O garoto vê mil mãos
Mil rostos
Mil tudo dele
Ou deles
Porque em cada reflexo o menino vê uma cor diferente
E assim ele mesmo é diferente
É outro
E outro
E outros
A história parecendo conter a mesma formula
Não cansa os olhos que veem
Não cansa nada
Então tudo é permitido

Ele se emocionou quando viu
Que é ele o herói da história dele
O herói triste que não pode se revelar no final da história
A não ser para alguns
Para aquele
Os escolhidos
Os poucos escolhidos

E depois do choro inconformado
Ele sorrirá
Como?
Já sabemos da história
Já sabemos de tudo
E ele também
Então se pode continuar
E enfrentar o mal
E pode-se conter o pouco
E muito
Que desequilibra a balança
E faz ele se confundir às vezes
Mas ele sabe do final
Que pode ser daqui a muitos anos
Ou daqui a alguns segundo
Segundo mágicos e epifânico  
Ou não
Ele não pode pensar no futuro
Ele é ator também
E o personagem não sabe nada do futuro
Só as falas do instante
Que perdura por várias vidas


Ele dorme pensando em outros mundos
Será que ele acorda?

CONFLITO NA SÉTIMA CASA DE MARTE


Eu sei que viemos juntos para o mundo. Eu sei que nós éramos grudados porque dói saber que já não somos próximos. Um dia concebi um sonho pré-histórico, nós dois grudados. E vivíamos por conta dessa comunhão carnal, tínhamos o mesmo nome, mas não interagíamos em sociedade ou coisa do tipo. Você era parte de mim, como eu era parte de você e tudo isso era bom. E um dia, um deus qualquer, desconfortável com o nosso ‘basta’, que era também a nossa independência das coisas, em fúria, ou inveja, jogou um raio e nos cortou ao meio; empurrando-nos para sociedade. E a dor do corte, foi tamanha que as mãos desataram o nós, único vinculo então que nos unia, e o pulsar dessa mesma dor, criou a confusão absurda da dúvida e do distanciamento, nos afastando, e nos tornando polares. Por fim, ou por amor de outro deus, os ferimos da separação que gerava toda a dor, foram findados. Por fim, a saudade da língua portuguesa entrou na história quase grega, e no sonho, eu pensava em você, e sabia que você pensava em mim. Quando acordei de tudo, temi que toda essa história fosse mais que um sonho, e era. Ainda não me acostumei em ser sozinho. 

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