domingo, 26 de janeiro de 2020

hospital


Tinha sangue em minhas mãos
E quando descoberta, não tive medo
30 anos, 30 minutos
Escrevi ASA errado, julguei ter dois ‘s’,
Voltei meio grogue do centro cirúrgico
E tomei a criticar a formação das palavras,
Criticando o corretor ortográfico do celular
É Janeiro
E meu couro cabeludo está exposto
Se eu tivesse asas, voava
Mas tudo bem
Tenho impulso
E escrevo
Porque escrever é voar
E cair, e voar, e levitar como hélio
Como o vento
Como maio, e em maio faço 31.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Boer


Luzes coloridas saturam sua foto
E mesmo verde dos olhos [agora pretos] se destaque por toda superfície
Divago o dia corrido, me perdendo em possibilidades pretéritas
E o sol? Pode ser acre e necessário como o sal,
ou confortável como um quarto limpo e recluso.

Sorrimos diuturnamente por motivos distintos,
Mas não.
Como um contato superficial que cremos naturalmente.
Leões perdidos na savana
O sotaque dolorido e confuso
Abril e maio
E o sonho latente pela luz perfeita
Clara e objetiva, como prenuncio de recompensa
Pelas chagas, marcas de tempo, e todos os textos decorados
Te guardo em silencio e em urgência, muito embora
Navios partam, aviões decolem, e os pés urgentes da vida, levem nos,
Em tangos, sambas, valsas para universos longínquos
Mas você sorrirá para um estranho qualquer
E a vida como sempre, pode surpreender.


quinta-feira, 3 de maio de 2018

O ÚLTIMO AMOR


O Último Amor anda entre as pedras se equilibrando
Quer conversar, mas não tem com quem
Vai ao museu, ao mercado
E bate ponto de segunda a sexta feira em horário comercial
O Último Amor é a coisa mais linda do mundo
Um dia a lua ficou mais tempo no céu para olha-lo
[Uma noite clara de luz cinematográfica]
Sonha tanto que teme não querer mais acordar um dia:
Cumplices de vida e sorrisos, aventuras inesperadas e animais fantásticos.
Por ser o último ainda reza e se contenta com as doces lembras de outrora
Mas secretamente, bem lá no fundo é louco em achar o Último Sortudo.


quinta-feira, 29 de março de 2018

NÃO PENSAR HUMANO

Por pensar demais, e tentar não pensar
Lembro a curva do seu corpo
Num outro corpo qualquer
E nessas vezes até dá vontade de subir em cima
feito um bicho selvagem, 
investir cheiradas estratégicas e naturais 
com gestos pontuais e orgânicos
e em liberado acesso
acasalar sem pudor ou culpa, 
na frente de todos
como se acionado um gameta adormecido
um genótipo primitivo 
Anunciando meu único proposito de vida:
invadir teu corpo e depositar meu material genético
numa posse imperialista
Tomar te minha matilha 
para seguir numa unidade
por todos os campos, caçar, beber, dormir e sentir a brisa

Embora seja isso que meu corpo queira o tempo todo
A imaginação me liberta da selvageria 
E posso, enfim, tomar um café numa livraria e ri de mim mesmo



terça-feira, 13 de março de 2018
Te espero como quem espera um flor, então semente
Com possibilidades de até não-flor, esperança
E se a chuva inundar, ou o sol castigar
Eis me lastima e respeitoso
E se apontar para o sol, teremos um belo jardim [de novo]
domingo, 18 de fevereiro de 2018
Um sinal
Só um sinal
Meu amor é tão tarde
E acredito sem signos [touro, sagitário e câncer]

Se eu puder eu vou até você
E se não puder, eu fecho os olhos
E faço uma oração

O caos irá nos perturbar nesse próximo feriado
Mas te ligarei e perguntarei como foi seu dia
Sei que em breve estaremos juntos
Todo mundo irá sorrir em nossa homenagem
Como um ano novo



quarta-feira, 29 de novembro de 2017

DITADURA

A dor da ingratidão vê-se em mim
Recorri a memória e foi pior
Politica sempre foi meu forte
Mas fiquei mudo e constrangido pela traição
O Senado inteiro apoiou o Golpe e houve a interversão militar
Preso, torturado só me resta conformar
Ou fazer uma bela música, que agradece censura burra
E cantar triste, mas sorrindo por dentro

Sim! Eu vou cantar! 

Tua Margem

Canto tua poesia secreta
A que só eu sei
Toco o aquele ritmo nosso
E falsifico sua presença
Que sabe semana que vem eu não chego por ai?

Nossos sonhos eram tão simples e você derramava esperança por todo meu apartamento
Cada história, cada música, despertava as crianças adormecidas
Um tom de roupa em combinação acionava o fenótipo mais primitivo de mim
E uivava em sua ausência
Só acalmava com o calor do seu peito

Os astros disseram
Que nascemos pra viver essa paixão
Mesmo perante todos os carnavais
Como uma maldição de amor, lançada por nós mesmo

Espero que você esteja bem em toda lua cheia.
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