quinta-feira, 29 de março de 2018
NÃO PENSAR HUMANO
Por pensar demais, e tentar não pensar
Lembro a curva do seu corpo
Num outro corpo qualquer
E nessas vezes até dá vontade de subir em cima
feito um bicho selvagem, 
investir cheiradas estratégicas e naturais 
com gestos pontuais e orgânicos
e em liberado acesso
acasalar sem pudor ou culpa, 
na frente de todos
como se acionado um gameta adormecido
um genótipo primitivo 
Anunciando meu único proposito de vida:
invadir teu corpo e depositar meu material genético
numa posse imperialista
Tomar te minha matilha 
para seguir numa unidade
por todos os campos, caçar, beber, dormir e sentir a brisa
Embora seja isso que meu corpo queira o tempo todo
A imaginação me liberta da selvageria 
E posso, enfim, tomar um café numa livraria e ri de mim mesmo
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