quinta-feira, 7 de março de 2013
SONHO
Sonhei que eu era uma mulher dos anos 70, mas não uma mulher
qualquer daqueles anos que a maquiagem melhor era a cor auri depois de uma tarde
na Barra da Tijuca. Nesse sonho meu, que poderia ser na verdade uma lembrança de
alguma coisa que incomoda pensar. Eu era jovem demais pra ter insônia e mulher
demais pra ter problemas, antes de dormir, no calor carioca, vinhas tu,
autentico e esperado, me olhar com teus olhos só teus, sem aquelas referencias
machistas que são comum: tu tinhas teus olhos sozinhos e o castanho que me
lembrava a mistura do sol quando vai se retirar com o mar tão Rio de Janeiro,
do azul pro verde. E eu completamente nua não tremia mais ao sentir tuas mãos
quentes no meu corpo fresco, ao explorar meus relevos, aprendendo minhas
geografias mais secretas, como um desbravador de corpos, e que eu amava, fazendo
me sentir mais eu. Só que como todo sonho acaba e toda lembrança não passava de
um tempo acontecido a ressaca que assusta, mas que se cura também, me faz nesse
perigoso e ridículo saudosista processo entender o que são lembranças.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 Opinião (ões):
Postar um comentário