segunda-feira, 14 de junho de 2010

Insônia, 14/06/2010

Viver é ter problemas. Quando não tenho nenhum sinto falta de algo. Quando tenho muitos ou alguns fortes rezo para não ter mais.

Que loucura esquizofrênica é essa, a de viver? Queria sair correndo pelado pela rua, totalmente nu, descalço de tudo. Livre. Queria fugir e nunca mais voltar, começar tudo de novo em um lugar diferente. Usando tudo que aprendi para não cometer o mesmo erro, outra vez.

Digo erro, porque não sei dizer outra coisa. Digo erro me referindo a amar, ao amor. Vale à pena saber amar? Não sei, ou não quero saber. Quero fugir. Covardemente fugir.

Não tenho mãe próxima, nem pai, nem irmão que compartilhe o sofá durante um filme de seção da tarde. Não tenho nem mais saco para filmes. Queria um apoio forte e firme. Intimo.

Não estou chorando. Estou com medo.

Preciso emagrecer, preciso me cuidar. Preciso de um cachorro, um de raça Cocker spaniel inglês, um como Adônis, meu querido cachorro da infância que morreu, e eu enterrei. Que tomou cidra comigo num réveillon onde todos dormiam. Que até hoje eu sempre penso nele.

Agora parece que vou chorar, mexi em uma ferida ainda aberta: Meu Adônis, meu Tutucônis, meu Gatônis, Tigrônis.

Não quero ver nem falar com ninguém. Está frio. Eu tive um pesadelo ainda agora, onde eu me aproximava, fora do meu corpo, para uma criança que estava na beira da minha cama, me observando, será que essa criança era eu? A criança era pequena, e parecia que me conhecia, me olhava com segurança, enquanto eu de longe ia ao seu encontro, entrando em seus olhos.

Estou triste por inteiro. Não é possível voltar para cama. Não consigo dormir.

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