quarta-feira, 30 de julho de 2014

Defesa da noite

Eu amo a madrugada. Sempre gostei desse tempo onde tem silêncio comprido e a música fica mais bonita (como se tivesse encorpada de cheiro e cor). E gosto de quem gosta da noite. Gosto de olhar pro céu, de imaginar discos voadores, ou de como os Santos nos vêem, se afastam algumas nuvem ou se usam de tecnologia mística. Se chove a noite, me permito pensar “por que Deus está lavando o céu à essa hora? Deve estar muito sujo.”. Gosto, sobretudo, da contra-mão noturna, da possibilidade de estar em sonhos e ali (ou aqui). Admiro mais ainda escritores noturnos, vendedores noturnos, médicos noturnos e todos aqueles que acontecem no silêncio das coisas, da cidade. Eu penso isso tudo desde criança, e até hoje eu sustento essas minhas teorias. Porque só a noite, no seu embalo sono-sonoro, permite essa licença, quase poética, se não fosse a violência ditatorial dos despertadores. Um dia, ou uma noite a gente muda isso e faz o que quer quando quiser, toda e qualquer pessoa.

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