segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
MORTE DE VÊNUS E MARTE EM SATURNO
Sonhei com a nossa morte, pela primeira vez. Nós dois
abraçados, únicos num mundo de uma ordem planetária própria e colorida. E tudo
parecia compor a cena, que se aproximava ao épico clássico, mas era segredo e
por isso não formigava nos vizinhos. De uma idade que não se pode pensar, nós
dois em ebulição divertida e dolorosa, e ao mesmo antagônica ao que era também
começo. As partículas do corpo, como bolhas de sabão, se transformando, depois
do som, em coisa divina, em intensidade que se aproxima ao fenômeno como o de
criação poéticas, e caindo de nós em forma de pó aquilo tudo de ruim que
carregamos pelos tempos, pelas vidas, e que tínhamos que carregar mesmo. E tudo
fazendo sentindo porque nós estamos nos desgarrando dos significados humanos,
soltando a lógica existencialista maior, e nós aproximando a essa divindade incrível,
que de uma luz bonita e única nos conduzia para o além, o além maior e maior. E
depois de uma caminhada num espaço que nem pensamentos tinham, porque pensar era
humano demais para tudo aquilo, nós dois em algo que íamos, do vento a eletricidade
natural, para um algo que não pode nem ser descrito, mas era lindo demais. Só
que estávamos mortos. Mortos. E não escutávamos mais nenhuma música.
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