segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

CONFLITO NA SÉTIMA CASA DE MARTE


Eu sei que viemos juntos para o mundo. Eu sei que nós éramos grudados porque dói saber que já não somos próximos. Um dia concebi um sonho pré-histórico, nós dois grudados. E vivíamos por conta dessa comunhão carnal, tínhamos o mesmo nome, mas não interagíamos em sociedade ou coisa do tipo. Você era parte de mim, como eu era parte de você e tudo isso era bom. E um dia, um deus qualquer, desconfortável com o nosso ‘basta’, que era também a nossa independência das coisas, em fúria, ou inveja, jogou um raio e nos cortou ao meio; empurrando-nos para sociedade. E a dor do corte, foi tamanha que as mãos desataram o nós, único vinculo então que nos unia, e o pulsar dessa mesma dor, criou a confusão absurda da dúvida e do distanciamento, nos afastando, e nos tornando polares. Por fim, ou por amor de outro deus, os ferimos da separação que gerava toda a dor, foram findados. Por fim, a saudade da língua portuguesa entrou na história quase grega, e no sonho, eu pensava em você, e sabia que você pensava em mim. Quando acordei de tudo, temi que toda essa história fosse mais que um sonho, e era. Ainda não me acostumei em ser sozinho. 

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