quarta-feira, 11 de julho de 2012

ENTRE DOIS PONTOS


E o coração não entende mais nada
Mesmo seguindo a agenda, atendendo aos telefonemas
Que fazer se as horas continuam a passar?
E todo bicho, toda planta, toda espécie interagem
Morre hoje, e morre sempre o filho do homem
E o filho de Deus, que assume ele mesmo, sozinho, embora ordens atuantes
A cruz pregada à carne
O sangue pingando no chão
As mães chorando, chorando os irmãos,
Os pais não se mostram muito, mas chove
E a chuva que limpa tudo, e molha de doenças de inverno
As pessoas puras ou românticas
Tudo é cor e cheiro
E dor e riso
Sonhar pode ser luxo, e não sonhar pode ser saída
O que fazer se é quase carnaval no meu corpo, e eu me amarro a uma pessoa?
Se amanhã eu serei eu de novo, o filho adotivo de Deus
Quando é tempo de mandar uns poucos tomarem no cu
E outros dizer que ama na partida para um sonho maior
Minha mão escreve aqui e treme do peso
Minha mãe não entende nada, mas aceita e ajuda
Meus irmãos estão dentro da tv e da música barata
Meu pai está preso a sonhos desbotados
Deus Pai agora é Deus Brother
Maria cheia de graça toma minha mão
E não me deixa anunciar que o mundo irá acabar
Porque eu sempre soube da hora da transformação
E a gota cai/ e seca/ e sobe/ e de novo/ e de novo/ é tudo mentira.
Não quero mais escrever

Só dias entenderam este poema.

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