quarta-feira, 25 de julho de 2012

INVENTO


Posso te inventar um nome, na verdade
Um apelido unisex
Uma cor pra te lembrar
Um cheiro teu, diferente dos outros
Tua cara no meio da multidão
Um quadro teu redondo, pintado estilo Tarsila do Amaral
Posso ser você para saber onde estás, por onde vem e o que quer
E o que posso te dar
E o que posso te ter

Mas fecho portas
Portões, janelas , passagens
Deixando tudo surpresa
Novo, susto
Para uma única e incrível certeza
Nós dois pelados
E pela janela de vidro
Alguns astros curiosos e tarados.
quarta-feira, 11 de julho de 2012

ENTRE DOIS PONTOS


E o coração não entende mais nada
Mesmo seguindo a agenda, atendendo aos telefonemas
Que fazer se as horas continuam a passar?
E todo bicho, toda planta, toda espécie interagem
Morre hoje, e morre sempre o filho do homem
E o filho de Deus, que assume ele mesmo, sozinho, embora ordens atuantes
A cruz pregada à carne
O sangue pingando no chão
As mães chorando, chorando os irmãos,
Os pais não se mostram muito, mas chove
E a chuva que limpa tudo, e molha de doenças de inverno
As pessoas puras ou românticas
Tudo é cor e cheiro
E dor e riso
Sonhar pode ser luxo, e não sonhar pode ser saída
O que fazer se é quase carnaval no meu corpo, e eu me amarro a uma pessoa?
Se amanhã eu serei eu de novo, o filho adotivo de Deus
Quando é tempo de mandar uns poucos tomarem no cu
E outros dizer que ama na partida para um sonho maior
Minha mão escreve aqui e treme do peso
Minha mãe não entende nada, mas aceita e ajuda
Meus irmãos estão dentro da tv e da música barata
Meu pai está preso a sonhos desbotados
Deus Pai agora é Deus Brother
Maria cheia de graça toma minha mão
E não me deixa anunciar que o mundo irá acabar
Porque eu sempre soube da hora da transformação
E a gota cai/ e seca/ e sobe/ e de novo/ e de novo/ é tudo mentira.
Não quero mais escrever

Só dias entenderam este poema.
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