terça-feira, 13 de março de 2012
ESPELHO
Atravesso as fronteiras sem passaporte
Eu mesmo, Clandestino
Amanheço noutra cama, outra Maria
Outro João, José, Irene, Teresa
Outro café da manhã
Mas errado na liberdade que me guia
Tenho um rabo preso com a saudade
Que me faz pensar num rosto velho que se enruga cada vez
mais
quando eu vejo.
Essa minha cara de choro conformado
De sorrido de anjo caído
Que não caí da cama de seu ninguém
É dono do beijo
É dono do toque
É dono das partes, quais não for se apossa.
E pulsa o sangue sofridinho
Quase lágrima
Ou seria água do mar?
Tem um amor?
Tem dois. Tem nenhum.
Sê amor.
E fala
Mais que tudo
De tudo
Tudo inventado
Roubado
Pensado
... - mentira.
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