sábado, 7 de janeiro de 2012

ROSA



O passado apressado correu de mim
E eu nem vi direito as coisas que deixei
A manhã da flor sorridente
Amarela feito o sol, cor de jasmim
Na luz do meio dia
tu plantaste, diz a memória
que um botão de rosa eu fui

Mas sim, se permites um conselho
Não arranque minhas pétalas vermelhas
Deixas caiem dando espaço para tempo
Para em lótus eu me abrir

E assim, se na tarde tu me vires
Suada espreitando
O teu jardim
Não mais posso ser eu tua moça
Já colhida e passada nesse assim-assim-assim
Cansada eu de crescer
Aqui ali
longe do teu jardim

O passado vem bem cheiroso
Das irmãs rosas: flores do teu jardim
Me fazem confundir o cheiro com a tua
Loção barata 
que lembra tanto o cheiro de lavanda

Em mim sinto o vento assoprando
E o bico de um passarinho
Querendo me levar semente-eu
O cheiro meu, que foi teu, sim

Que rosa aberta não pode ser mantida
Em mãos tão volúveis assim
Agora eu vivo andando o mundo
Por bicos de passarinhos
Que me levam semente e semente
Morrendo e nascendo e nascendo e morrendo assim.


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