quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ODE DA MULHER DO BUARQUE

Escreva tua mentira mais sincera
Que eu leio na minha verdade mais mentirosa
E rouba
E rouba minha rosa que tu me deste, e dê a outra
Que eu nem lembro mais do cheiro
Tamanha
a variedade do meu jardim
Vermelho

Pilantra, mas te compro um perfume
Mexestes na minha gaveta
Que treta
Fui eu quem quebrou teu relógio
Libertou o meu velho papagaio
Que saco
Engasgo com teu jantar preparado

Me lembra que é o teu aniversário
sapato
Eu minto, dizendo ‘não tinha o número’
Te culpo
Ligaste a televisão,
controle
Tiraste meu corpo da mão
Sabão
Manchei a tua camisa
Me xinga, me xinga
Eu digo que te amo
te engano
tu compras um buquê vermelho
Te beijo, te beijo
Tu ficas hoje domingo
De futebol
E finco minha unha nas tuas costas
Devora, devora
Tua fome a minha sede
Perdestes, ganhei o teu troféu
Teu dou, teu dou

Tu fica mais um domingo?
Nem ficas,
eu sumo
Assumo antigo caso
com teu irmão

História, pegas na minha mão
Me prende, me prende
Eu roubo teu coração
É filho, é filho
Mas nasce uma menina
Que linda, que linda

Nem era pra ser verdade
Maldade
Sou eu quem escrevo a história
Memória
É tu quem trabalha no jornal
Me liga, me liga.
Que já estou com sono
Declamo mil praga pela tua demora
A hora, é hora
Acabo com essa história.
Agora, Agora.
Coloco ponto final.
Tu vens com mais um poema
Dilema
Que pena

A história vai acabar
Tu olhas e começa a me despir
Tá bêbado
Mas sou eu quem se aproveita
É treta, é treta
Quebramos a nossa cama
Assombra
a menina que se acorda
com o barulho
Nada. Foi nada se é falado.
De fato.
Papel.
A história precisa se acabar.
'Cabou'. Rolou. Morreu.
[Mas a menina inda vive.


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