segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

COMPLETO?


Partido
Espaço
Ferido
Amigo
Colado
Espaço
Musicado
Poema
Voz
Interna
Amor
Partido
Espaço
Ferido
Amigo
Colado
Espaço
Musicado
Poema
Voz
Interna

Mandar beijos eletrônicos era tudo queria
Agora estou partido de ressecado por ter tudo que quero
Quando virar pó, de vez, usarei a certeza de que eu-pó
Irei querer um liquido para o outro em mim, nascer.
domingo, 29 de janeiro de 2012

A dois

Dá-me tua mão
Deixa eu te conduzir nessa valsa que toca quando você chega
Eu sei que não sei dançar, eu sei
Mas vamos à ação
A vergonha a dois pode ser divertida
Podemos errar todos os passos de proposito inclusive
Deixo até você pisar no meu pé
Vamos ser o centro do universo
Vamos errados, imperfeitos
Como somos agora
E quem sabe quando acabar a música
Um beijo parará o tempo do mundo.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

CASAMENTO

Teu passado perecível acusa
És mentiroso; mentes
Mas tua mão de trabalhador braçal
Me pega numa noite quente,
E eu sem esperar, prometo em futuro
Escrever teu nome depois do meu


E se acaso a dúvida tomar meus pensamentos
Neuróticos
De outras dúvidas
De outras pessoas
De ex-amores seu
Eu doida ou santa
Pegarei tua mão e lançarei para minha cara
E se a mão encostar
Eu dou adeus justo e troco endereço
E se não
E se beijo, seu
Eu beijo mais ainda
O beijo que será para sempre seu.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O OUTRO




O teu nome se erra na minha escrita
O J se mistura com o J de Jesus

Quando eu vejo as entrevistas de Adélia Prado
Descubro um pouco que não te amo tanto
Ou não era você de quem eu procurava benção
Tocando tua carne humana atrás de Deus
Talvez olho embaçado o meu, errante
Te errando
Onde era pra se ver crucifixo
Sangue derramado

Eu não poderia falar desses sentimentos assim
Mas chamo Deus pra dormir comigo
“segura minha mão, Deus, aperta com força humana
Para minha ignorância sentir tua presença”

E Deus que tem mais o que fazer, sai da varanda do universo e vem
E me conforta e vem
Por vezes vem pelo teu nome, mas vem
E me cala
Me deixa a música ambiente uma respiração errante
E vem
E mostra eu, criança
E vem
E nega o que olho no espelho
Futuro, futuro
Uma cor: AZUL
Deus lilás, Deus azul marinho, vem
Deus que não se vê, vem
Oh, digo eu na voz da minha mãe, ou da minha avó, ou das duas,
“Deus segura pra sempre a minha mão”

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

PARAFUSO

eu me posicionei em tua fenda
e força
rodei e entrei um pouco
tu facilitando
rodei e entrei um pouco
beijos
rodei e entrei um pouco
mensagens
rodei e entrei um pouco
o cheiro do teu perfume
rodei e entrei um pouco
o chocolate que te comprei
rodei e entrei um pouco
o chocolate que tu me compraste
rodei e entrei um pouco
as minhas caricias e tuas respostas
rodei e entrei um pouco
as nossas confidências
rodei e entrei um pouco
minha mão na tua
rodei e entrei um pouco
beijos no teu olho de sono
rodei e fiquei trancado
_____________________________________________________
mas depois tu...
foi embora, e eu?
rodei e sai um pouco
ligastes para velhos amores quando voltou
rodei e sai um pouco
trouxe-me notícias ruins, de outros parafusos
rodei e sai um pouco
e não soube a tempo que eu me emudeci
rodei e sai um pouco
e não se arrependeste
rodei e sai um pouco
e não fez nada, nem pediu perdão
rodei e sai um pouco
nem ligou mais
rodei e sai um pouco
nem mensagem
rodei e sai um pouco
e eu? sozinho
rodei e sai um pouco
rodei e sai um pouco
até que cai, de alto, sem força, sem sustento algum
mas fiz barulhos, que ecoou pelos teus cantos 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ODE DA MULHER DO BUARQUE

Escreva tua mentira mais sincera
Que eu leio na minha verdade mais mentirosa
E rouba
E rouba minha rosa que tu me deste, e dê a outra
Que eu nem lembro mais do cheiro
Tamanha
a variedade do meu jardim
Vermelho

Pilantra, mas te compro um perfume
Mexestes na minha gaveta
Que treta
Fui eu quem quebrou teu relógio
Libertou o meu velho papagaio
Que saco
Engasgo com teu jantar preparado

Me lembra que é o teu aniversário
sapato
Eu minto, dizendo ‘não tinha o número’
Te culpo
Ligaste a televisão,
controle
Tiraste meu corpo da mão
Sabão
Manchei a tua camisa
Me xinga, me xinga
Eu digo que te amo
te engano
tu compras um buquê vermelho
Te beijo, te beijo
Tu ficas hoje domingo
De futebol
E finco minha unha nas tuas costas
Devora, devora
Tua fome a minha sede
Perdestes, ganhei o teu troféu
Teu dou, teu dou

Tu fica mais um domingo?
Nem ficas,
eu sumo
Assumo antigo caso
com teu irmão

História, pegas na minha mão
Me prende, me prende
Eu roubo teu coração
É filho, é filho
Mas nasce uma menina
Que linda, que linda

Nem era pra ser verdade
Maldade
Sou eu quem escrevo a história
Memória
É tu quem trabalha no jornal
Me liga, me liga.
Que já estou com sono
Declamo mil praga pela tua demora
A hora, é hora
Acabo com essa história.
Agora, Agora.
Coloco ponto final.
Tu vens com mais um poema
Dilema
Que pena

A história vai acabar
Tu olhas e começa a me despir
Tá bêbado
Mas sou eu quem se aproveita
É treta, é treta
Quebramos a nossa cama
Assombra
a menina que se acorda
com o barulho
Nada. Foi nada se é falado.
De fato.
Papel.
A história precisa se acabar.
'Cabou'. Rolou. Morreu.
[Mas a menina inda vive.


sábado, 7 de janeiro de 2012

ROSA



O passado apressado correu de mim
E eu nem vi direito as coisas que deixei
A manhã da flor sorridente
Amarela feito o sol, cor de jasmim
Na luz do meio dia
tu plantaste, diz a memória
que um botão de rosa eu fui

Mas sim, se permites um conselho
Não arranque minhas pétalas vermelhas
Deixas caiem dando espaço para tempo
Para em lótus eu me abrir

E assim, se na tarde tu me vires
Suada espreitando
O teu jardim
Não mais posso ser eu tua moça
Já colhida e passada nesse assim-assim-assim
Cansada eu de crescer
Aqui ali
longe do teu jardim

O passado vem bem cheiroso
Das irmãs rosas: flores do teu jardim
Me fazem confundir o cheiro com a tua
Loção barata 
que lembra tanto o cheiro de lavanda

Em mim sinto o vento assoprando
E o bico de um passarinho
Querendo me levar semente-eu
O cheiro meu, que foi teu, sim

Que rosa aberta não pode ser mantida
Em mãos tão volúveis assim
Agora eu vivo andando o mundo
Por bicos de passarinhos
Que me levam semente e semente
Morrendo e nascendo e nascendo e morrendo assim.


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

TOURO


Tuas lanças chegaram até mim.
Estou ferido.
Mas certo que o tempo da cura vem.
Há quem morra pedindo socorro.
Em busca de um remédio.
Chorando.
Eu não.
Meu signo é daqueles que desfilam
Pela arena, mesmo ensanguentado.
Bravo nos dois sentidos.

Um touro é um touro até o ultimo respiro
Não se reinventa delirando 
Embora no pasto;
Embora lanças, e perfurações pelo corpo;
Touro é touro.
Eu sou de touro.
Minha força alerta por outro grau.
Do verbo ser.
Que é também o meu tamanho.

Quando, no ultimo instante,
A plateia vir a aplaudir o toureiro elegante.
Sei que minha missão estará por completa.
E ainda delirando no respirar.
Serei eu, o próprio Touro na arena.


ADEUS


Posso cortar o teu nome da minha vida
Mas de lá, sairá palavras vermelhas donde se via.
Pretendo não mais atender o doce amargo
Teu,
do teu poder vermelho azul
que rege meu corpo
nos delírios mais absurdos.

Nessa tremedeira do amar
Do antes do amar, do nem pensar.
Pretendo não te procurar
Vou pensar em chão.
Em terra.
Coisas que não entendo muito bem.

E ainda pensando bem, ou nem pensando,
Só sentindo
Que o meu olho úmido, quer ainda
Teu nome escrito em mensagem eletrônica
Que diz, em tom de arrependimento
Palavras do ‘ainda’
como ainda amo, ainda quero
Ainda sofro, ainda penso.
E uma série de mudanças.

Mas não muda. Tu não mudas.
Tu és uma porta,
Uma palavra errada numa redação bonita.
Tu és uma coisa que preciso esquecer,
assim certeza.
É, e não mais o que foi.
Não é meu.
Não é meu!

Eu quero não querer você.
Adeus.
Adeus.
O olho derramou. Acabou.
Adeus.
Adeus.
Nem Gal, Bethânia. Nem Gil. Nem Caetano.
Adeus. Amor. Adeus.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

EU NÃO SOU MAIS DONO DA TUA CHAVE


Não posso te ligar
Apague números e caminhos eletrônicos
Sem referencia para te retomar
Perdi o direito de te amar
E foste tu mesmo que me tirou
Eu só oficializei aquilo que não tinhas coragem
Eu estava aqui enquanto você dançava pelos jardins dos outros 
homens
Eu não decorei o caminho de voltar

Se vieres voando para mim de novo
Como uma folha seca pelo sol que sobe e desce
Dançando
Mas consciente de queda
Eu deixo
Talvez
Entrar pelo meu quarto
Mesmo não sendo outono.

O amor tem vergonha.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

NU

Posso perguntar que horas são pra você de novo?
Posso agir, posso fica bem quietinho com você?
Posso cansar muito em casa contigo?
Posso pedir, posso pagar com teu cartão, qual a tua senha mais secreta?
Posso roubar tuas mentiras sinceras e as verdades?
Posso menti pra mim mesmo a verdade?
Que não é minha.
Posso rouba um beijo de língua da tua nuca?
Posso pegar posso quebrar teu celular vermelho?

Posso apagar, posso ligar mais uma vez para você?
Posso nem ir, posso ficar aqui mesmo te esperando calado?

Se existe ainda um pedacinho meu
Não quero roubar tudo
Só quero mais um minuto e outro depois do teu
Se, vais embora e murcha como toda flor que nasceu
Eu deixo teu que é meu aqui pra alguém pegar

Se tu não vais, eu vou
Eu vou.
Vou logo. Adeus.

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