sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

EM VERSO OU PROSA



Sei que diferentemente do que você pensa
Eu não sou mero personagem que você pode prever as ações
Sou eu mesmo quem escrevo minhas coisas

Instrumento a mão
Ou seria uma arma?
Não se deve saber
Somos iguais eu sei
Mas sempre sou eu quem acrescenta os pontos finais
E corrige todos os enunciados

Em versos
Ou prosa

Eu não quero continuar essa história mal escrita
que você quis começar de novo
Esse chocolate meio amargo não agrada os leitores
Lá de casa
Eu posso continuar com isso de pensar em nós por um longo tempo
mas é hora das coisas se encaixarem
finalmente


Em Verso
Ou prosa

Amanhã ta combinado
Com uma amiga de tempos
De uma ida ao shopping
Vou tentar encaixar as coisas manualmente
Seja
Em verso ou prosa.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

NEM POR MIM NEM POR TI NEM POR MADALENA



Não quero mais escrever cartas atômicas
Prontas para explodir em suas mãos
Se bem que você merece

Quanta covardia você teve perante a sinceridade
E eu?
Nem mentindo
Nem escondendo
Nem mais nada além do sentimento maior
Porém nulo agora

E ainda deixo algo aqui
Como um flor miúda num tumulo
De alguém que a lembrança exige
Deixo meu adeus eterno
Deixo a certeza junto com a essa despedida
De um nunca mais, redondo e grande com o sol
E eu nem ousaria escrever sol
Neste poema

Vejo você longe
Agora
Muito longe
Longe demais
Adeus.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CANÇÃO FEITA POR ELA




Sendo doce ou amargo,
Penso; escrevo e te passo
Nessa vida escrita sem razão
Só há dois
Mas só Um parece dar atenção
Riscando traços feios no espelho
Somando sentimentos que não podem se contados
Pelo coração.

Nesse paradoxo
A Tua roupa é uma embalagem
Que tiro, descasco
Sinto o teu cheiro, tua textura
pra eu ficar sozinha comigo
pensando em ti

Mas se você não vem, eu mudo as regras
Estabeleço novas metas para um novo amor
Outra paixão
Escrevendo o novo no velho
Para não se ser só

E não posso esperar
meu corpo: página em branco quer autor
pra desenhar prédios, riscar o nome e depois
rasgar
assim mesmo como acontece
nos mais íntimos processos de criação
numa letra para não se ouvir só.
domingo, 25 de dezembro de 2011

PERSONAGEM


Ela não
Ela não vai
porque não quer e nunca quis
Desde de os dez anos quando escreveu sua carta de alforria
Endereçada aos seus pais
E ela sai
sai
sai
Mas ela sorri

Sempre atrás de uma boa história
Poderia ser uma personagem de Simone de Beauvoir
Ou a própria Simone constando no documentos falso
Que ela comprou
Ela vai
E vai
 vai
Mas ela ainda sorri

De manhã pedi um março de cigarro
e um sonho de valsa
Olha o céu e diz como a lua está bonita para um estranho
Que a leva para cama
Ele a leva
E ela vai
E vai
E ela vai
Mas sorri

Indo
Indo
Indo
Mas ela sorri

Se fica cansada toma um guaraná
Se fica triste é de chocolate
Para que parar de pensar se a vida pede ação

Ela dorme na torre mais alta do castelo de cristal
Ainda é mesma menininha pedindo para o príncipe
Lhe salvar
E ela vai noite adentro
Com o mesmo olhar
Triste e sorrindo
Ela vai
Ela vai
Mas sorri

Se fica cansada pode não ser ela mesma
Sendo outra pra substituir
Por menos ela nem era ela
Mas ela vai
Vai
Vai
Mas ela sorri

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

KE-CI



a neve italiana insiste em cair em solo brasileiro
solo que se perdeu pela europa
é dela que eu tô falando.

a boca que anda suja de outras línguas
a língua materna,
língua mãe mãinha
ficou aqui
e quer a filha de volta

ela escreve uma carta,
manda postais
mas a lembrança do seu pai a tira lágrimas numa noite em paris
ou seria em londres?

manda beijos pelo correio que vem de avião
e o outros
pela internet

mas ela insiste em sorrir na neve
a neve branca de alma escura
que inutilmente consegue esfriar o seu coração
de território brasileiro. 

sábado, 17 de dezembro de 2011

TÃO DE LONGE


Tem uma amiga que vive longe

e sabe que dentro de mim tem ela.
E dentro dela tem eu.
O nome dela eu não digo.

Mas ela diria o meu.

O meu bem tá no Rio, acho que se afogou por lá
Ou sou que quem o afoga

O que eu sou?
Respondo: teimoso
E suja tudo aqui
A liberdade que vive em mim é grande feito uma baleia
Ou um dinossauro
Uma baleia ou um dinossauro preguiçoso
Com sono
Que hiberna

Tenho medo
Mas tenho mais coragem
E um punhal
Roubado do meu irmão que foi dado pelo meu pai
Eu o merecia
E o roubei
Sou um ladrão
Mais sujeira por aqui, né?!
Não leiam mais, não leiam.
Eu não posso seguir ou mostrar esses detalhes
Tão de dentro que são vermelhos
Que pingam e enche copo, pratos, baldes, cômodos, ruas, cidades
Inteiras.

Vou melhorar, vou tirar essa palavra do meio e por no título. 

TEMPO

tempo de crescer
tempo de correr

tempo de pegar mais tempo
tempo de perder o tempo

tempo que acelera a lavadeira que não tem tempo pra pensar no tempo

tempo de relógio pifado

tempo do passado, tempo, tempo do futuro

tempo mal conjugado

tempo de subir
tempo de subir mais

tempo de fica em cima vendo tudo que passou

tempo de pedir
tempo de negar

tempo pra respeitar
tempo pra nem ver
tempo de passar acelera tempo tempo
tempo
tempo

palavra: tempo.
tempos verbais
tempo pra morrer
tempo pra esquecer
tempo pra falar do tempo
tempo cantar tempo tempo tempo
tempo que quer tempo pra aumentar, mas se perde tempo
mais tempo ainda
mais tempo ainda.
a tempo tempo tempo que não pensava no tempo.

que tempo.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Por que esse olhar agora?
Se foste tu mesmo que procuraste a desgraça e humilhação.
Foste forte para levantar mundo de uma só vez.
Por que tremes diante da matriarca de mão dourada?

As ruas escuras que andaste,
Os becos e a solidão de dois
O espelho da casa vazia para se vê feliz
O grito gago, Lady Gaga mais gaga pelo não entendimento
Que diz o narrador que você não escuta:
É ilusão,
É ilusão.
Teu nome é uma canção que se escreve com o nome da cantora que a canta
É Gal
É Gal
Teu nome é Gal.

E tu?
Ainda!
Levanta. Não precisa ser ligeiro
Ligeiro pode ser só o bairro de uma amiga.
Tu podes ser outro adjetivo.
Um calmo. Teu. Sem cópias de Gagas que tiram o sono dos outros e marcam fotos feias, sujas.
Tu és depois disso. Em cima disso. Porque isso é feio, é breu.
E o breu não combina com você.
Você que brilha onde quer que esteja.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CONDENAÇÃO ROMÂNTICA


Exploro tuas curvas e contornos
Experimento as tuas texturas mais secretas
E depois acalmo teu corpo abalado
Por despertar os anjos caídos
Que uivam divinamente
Aquilo condenado pela religião tradicional

Tudo que em ti me cala também me condena
Teu perfil me condena
Tua boca, gulosa, me condena
Tuas costas nuas me condenam
Eu me condeno a ti:
Palavra desagradável:
Sentimento ridículo

Tu que és transporte
Ponte
E ao mesmo tempo estrada deserta
Eu só...
respiro a poeira que sobe a partir dos nossos movimentos
Ligeiros

Tecnologia do Blogger.

Seguidores

Hipocondria Literária Popular