domingo, 28 de agosto de 2011

MEU BEM QUE É MEU MAL


eu não queria dizer
mas tudo em mim que me cala
chama pelo teu nome
meu ficar quieto num canto
chama teu nome
meu mau hálito estomacal
chama teu nome
meu parar de batucar nas coisas
chama teu nome

chama para ficar fazendo sei lá o que
brigar ou ficar quietinhos juntos
num sábado à noite
assistir a um programa de televisão
ou ouvir aquela cantora que você acha feia
ou aquela outra que você acha ser um homem

o que eu quero com isso tudo,
se não é andar pra trás na vida
comer o mesmo arroz,
o mesmo macarrão
o mesmo feijão
a mesma carne
e seguir andando pelas mesmas calçadas

o que eu penso em dizer e não digo
recita teu nome numa mensagem de celular
chamar-te em codinome,
usando a palavra ‘meu’ no começo da frase
e podes pensar que é demais tudo isso
eu te deixo pensar qualquer coisa
porque só me importa olhar para o
teu rosto
de perto
ver o caminho do olho para o teu nariz,
afrontoso
que eu adoro
e tua boca falando, falando, falando...
[e eu te interrompendo, com beijos. 

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